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Mortos-vivos que assustam e divertem

01 jun 2006 às 11:00

Os Mortos-Vivos trazem uma divertida aventura com os clássicos zumbis de George Romero
- Reprodução
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Curitiba - Quando você pensa que já viu esgotar as histórias sobre mortos-vivos, ou zumbis, como queira, sempre aparece alguém pra te lembrar que essas criaturas são a melhor coisa gerada pelo cinema de terror. Sempre rendem material divertido. Ainda mais nas mãos dos talentosos artistas Robert Kirkman e Tony Moore, que assinam Os Mortos-Vivos, recém-lançado no Brasil pela editora estreante HQ Maniacs.

Os zumbis foram imortalizados no cinema pela mãos de George Romero, que, mesmo com pouca grana, transformou sua Trilogia dos Mortos em um gênero. Uma das coisas mais legais em suas produções é a forma com que trata os mortos e os vivos: a crítica social é sempre intensa, visto que em diversas ocasiões mesmo quem ainda tem coração batendo morreu há muito tempo mas não sabe.

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A mistura de terror e aventura ganhou novos ares e hoje, como Kirkman mesmo descreve no prefácio da edição, as histórias com zumbis não servem somente para assustar como também para divertir muito. É o que propõe e realiza o escritor, que narra os primeiros dias do policial Rick e sua família na batalha contra os mortos-vivos, em um acampamento próximo de uma cidade infestada pelos ''novos habitantes''.

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A dinâmica entre os personagens, a boa caracterização de cada um, as falas ágeis e a narrativa concisa e precisa são pontos fortes da edição. Kirkman é talentoso quando se fala em fluência e diversão, pois consegue ligar os eventos de forma muito simples de digerir, especialmente com a ajuda de Moore, que equilibra bem o estilo de ilustração de HQs de super-heróis com um clima levemente mais sombrio.

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É a segunda publicação da nova editora, a HQ Maniacs, que vem provando, com o bom trabalho em Os Mortos-Vivos e Invencível, um futuro longo e promissor pela frente. Ao virar a última página de Os Mortos-Vivos a sensação é de gostinho de quero mais, de continuar acompanhando a vida de Rick e, claro, a pós-morte dos zumbis.


Fábulas - O que aconteceria se Chapéuzinho Vermelho e o Lobo Mau não só fossem personagens reais como também dividissem espaço em um lugar surreal entre os humanos juntamente com outras lendárias criações vindas diretamente dos contos infantis? Essa é a idéia principal por trás de Fábulas, que volta a ser publicado pela Devir Livraria com A Revolução dos Bichos.

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Fábulas já havia chegado no Brasil no ano passado, com Lendas do Exílio. O escritor Bill Willigham, já em seu primeiro arco, mostrou que sua visão única e criativa sobre os seres fantásticos das histórias de ninar podem render uma grande história em quadrinhos de suspense, aventura e humor. Junto do desenhista Mark Buckingham e do excelente capista James Jean, transformou o título em um dos carro-chefes da nova fase do selo Vertigo na DC Comics.


A Revolução dos Bichos começa exatamente onde terminou Lendas no Exílio, com Rosa Vermelha e Branca de Neve rumo a uma viagem à Fazenda, onde vivem escondidas as fábulas, que deixaram as Terras Natais devido a ação do Advesário. Os problemas começam quando Cachinhos Dourados e os Três Porquinhos unem forças para tomar o poder do local.

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Bastante recomendável e aqui vai uma sugestão: por que não destrinchar um pouco mais as referências impostas por Willigham? Afinal de contas, por mais conhecidos que sejam, as criaturas dos Contos de Fadas têm origens muito mais interessantes e nasceram de forma muito diferentes do que conhecemos quando ouvimos durante a infância.


Watchmen - A republicação da história definitiva sobre a ação dos anos, do governo e da sociedade acerca dos super-heróis em uma esfera realista chega ao terceiro de seus quatro volumes editados pela Via Lettera. Essa edição compila os números 7, 8 e 9 dos originais da maxissérie já lançada pela Editora Abril nos anos 90.

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Aqui continua a luta pela sobrevivência das duas gerações de vigilantes que não conseguem mais salvar o mundo ou a si mesmos em um mundo que corrompeu os principais valores que fazem alguém comum em uma pessoa extraordinária, um herói. O sempre paranóico Rorschach, com suas teorias de conspiração, segue com suas investigações para descobrir quem é que planeja destruir o mundo e seus ex-colegas.


O miolo não sofreu alteração alguma da edição original, sem nova coloração ou tradução e a novidade, pra quem não se cansou de reler essa obra prima de Alan Moore e Dave Gibbons, são as notas e ilustrações da dupla sobre a criação dos personagens. Muito interessantes e ajudam a entender como foi o processo de desenvolvimento dos heróis a partir dos originais, da Charlton Comics.

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Pra quem não sabe, a DC Comics comprou os direitos de material da Charlton e deu passe livre para Moore colocar sua visão pessoal sobre essas crias. Assim, Questão se transformou em Rorschach, Capitão Átomo virou Dr. Manhattan, Besouro Azul tem sua versão em forma de Coruja e por aí vai.


A morte de um gênio - Impossível seria para essa coluna ignorar e não lamentar a morte de um dos gênios dos desenhos animados, o senhor Alex Toth. Muitos de seus traços estiveram presentes em desenhos dos Superamigos, Jonny Quest, Homem-Pássaro, Space Ghost e vários outros trabalhos que transfomaram Hanna-Barbera em um padrão de animação entre os anos 60 e 80.

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Toth, nascido em 1928, morreu aos 77 anos e deixa para trás uma grande contribuição para a popularização e crescimento da linguagem dos quadrinhos. Utilizou técnicas típicas das HQs da Marvel e da DC, onde trabalhou, para as telas das sessões de desenhos animados, especialmente entre 60 e 70.


O trabalho com nanquim e a busca por um certo realismo -como pode ser visto em animações rebuscadas para a época, como Jonny Quest- marcaram sua carreira na tevê. Atualmente seu imenso legado é homenageado no Cartoon Network durante a faixa adulta Adult Swin, com paródias de suas criações, como Harvey, o Advogado, Space Ghost de Costa a Costa e Laboratório Submarino 2021.


Encontro de fãs e profissionais das HQs em São Paulo - O jornalista Marko Ajdaric, responsável pelo site especializado em quadrinhos www.neorama.com.br, promove no sábado (3 de junho), a primeira edição do Enquadrando, que pretende reunir entusiastas da Nona Arte para fomentar, discutir e apreciar o que vem sendo realizado no mercado nacional.


A reunião terá apresentação de obras relacionadas às HQs, exibição do DVD do Patoruzito, popular personagem argentino; bate-papo com profissionais envolvidos no mercado editorial nacional, como Carlos Costa (HQ Maniacs), Orlando Pedroso (Sociedade dos Ilustradores do Brasil), o jornalista Gonçalo Junior, Franco de Rosa (Opera Graphica), entre outros. Além disso, também haverá mesa-redonda com ilustradores tupiniquins de revistas norte-americanas como Julia Bax, Renato Guedes, Sam Hart e Greg Tocchini.


O encontro começa às 14 horas, na Devir Livraria, que fica no Cambuci, na Rua Teodureto Souto, 642, na capital paulista. Mais informações podem ser obtidas através do site Neorama dos Quadrinhos.


Serviço - Os Mortos-Vivos, da HQ Maniacs, tem 144 páginas no formato 16,5 x 24 cm e pode ser encontrado pelo preço promocional de R$ 27,90. Fábulas, da Devir Livraria, sai no formato 17 x 26 cm, com 128 páginas, a R$ 39. Watchmen, volume 3, da Via Lettera, tem formato 17 x 26 cm, com 128 páginas, a R$ 42.


A revistas citada acima podem ser encontradas em Curitiba na Itiban Comic Shop: Av. Silva Jardim, 845. Fone: (41) 3232-5367.

Música+Quadrinhos: The Pogues+Os Mortos-Vivos


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