Chega ao Brasil o término de uma parceria que rendeu uma das séries mais belas das histórias em quadrinhos. ''LJA: Liberdade e Justiça'' reúne mais uma vez o consagrado roteirista Paul Dini e o não menos premiado ilustrador Alex Ross para contar mais um episódio do heroísmo máximo de ícones do universo DC Comics, a Liga da Justiça.
O projeto começou em 1996, quando Paul Dini já havia ganho o prêmio Emmy -que põe em destaque os melhores criadores de séries para tevê e filmes nos Estados Unidos-, pelos roteiros dos desenhos animados ''As Novas Aventuras de Batman'', ''Superman Animated'' e ''Batman Beyond''. Ross vinha se firmando no mercado de quadrinhos, com seu estilo realista, após seu trabalho em ''Marvels'' e da minissérie ''Reino do Amanhã'' (que será relançado no Brasil e tema desta coluna na semana que vem).
Dini levou a Ross a idéia de fazer um material majestoso para cada um dos alicerces da DC Comics. Ross logo aceitou a proposta e o resultado revolucionou a produção de HQs e mais uma vez elevou os gibis ao status de arte. A razão disso é que, logo na primeira edição do projeto, em ''Superman: Paz na Terra'', a dupla mostrou a que veio: os fãs foram presentados com um álbum de luxo, com uma história representando todo o heroísmo de Clark Kent/Kal-El, pintado em painéis que poderão estar em museus em um futuro próximo.
O resultado foi inúmeros elogios de público e crítica, que impulsionaram os dois a continuarem o bom trabalho em ''Batman: Guerra ao Crime'', ''Mulher Maravilha: Espírito da Verdade'', ''Shazam: O Poder da Esperança'', ''LJA: Origens Secretas'' e o último, ''LJA: Liberdade e Justiça'', que agora chega ao Brasil. Para encerrar, Dini procurou não inventar tramas mirabolantes e reuniu a Liga da Justiça -composta basicamente por Superman, Batman, Mulher-Maravilha, Lanterna Verde, Flash, Aquaman e Ajax, o Caçador de Marte- para enfrentar uma ameaça alienígena.
O escritor também foi muito esperto ao reunir a formação clássica da Liga da Justiça, com heróis que morreram e ainda hoje deixam muitas saudades em todos os fãs do supergrupo. O Flash, em vez do atual Wally West, ainda é Barry Allen, que sempre empregou seu lado ''nerd'' de cientista nas histórias. Outro que aparece com muito vigor é o Lanterna Verde Hal Jordan, o piloto de avião de testes que se tornou o maior de todos a carregar o anel energético, ao contrário de seu sucessor e atual Lanterna, Kyle Rayner.
A história concentra o foco na constante batalha que os heróis têm para derrotar ameaças de proporções gigantescas e ao mesmo tempo serem confiáveis aos seus protegidos, que muitas vezes temem pela corrupção de seres tão poderosos no comando da defesa da Terra. A Liga da Justiça luta aqui não só para impedir o avanço de um poderoso vírus extraterrestre, como também para mostrar à sociedade que, apesar de seus dons extraordinários, cada integrante compartilha de um sentimento comum com a maioria dos humanos, a compaixão e a solidariedade.
Ross mais uma vez mostra porquê é um dos maiores artistas da atualidade -ele chegou a fazer o pôster do Oscar do ano passado e ilustrou a introdução do badalado filme Homem-Aranha 2- transpondo os traços icônicos dos super-heróis em pinturas que lembram fotos. Aquaman, por exemplo, foi baseado na figura do ator Dennis Quaid. Muitas vezes criticado por acabar um pouco com a fantasia dos quadrinhos, devido ao seu estilo realista, Ross mostra nesse álbum a perfeita união entre a imaginação e a realidade.
O álbum ''LJA: Liberdade e Justiça'', é editado pela Panini Comics e tem 96 páginas, no formato 25cm x 32,5cm, ao preço de R$ 24,90. Como a distribuição é setorizada, a produção deve chegar nas bancas paranaenses no final deste mês ou no começou de agosto, mas já pode ser encontrada em lojas especializadas.
Música+Quadrinhos: Phantom Planet+LJA: Liberdade e Justiça