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A divertida teimosia do Arqueiro Verde

15 abr 2004 às 11:00

O encadernado é uma ótima oportunidade para os novos leitores conhecerem o Arqueiro
- Reprodução
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Corram para as bancas enquanto é tempo. Lançado em março, o encadernado Arqueiro Verde: A Busca, pela Panini Comics, passou batido na mídia e por muitos leitores mas é, com certeza, uma das melhores publicações disponíveis este ano no mercado brasileiro de quadrinhos até agora.

No ano passado, o Arqueiro Verde ganhou uma minissérie, publicada no Brasil, pelas mãos de Kevin Smith (que também é cineasta, diretor de O Balconista e Procura-se Amy, por exemplo) e Phil Hester. A produção foi tão bem-sucedida que os fãs nem ligaram para a explicação esdrúxula da ressurreição do personagem, pois a maneira com que o personagem interagiu com a nova Liga da Justiça foi realmente muito engraçada. Além disso, muitos dos fãs dos heróis clássicos da DC Comics reclamam o retorno de Barry Allen (Flash) e Hal Jordan (Lanterna Verde) há anos e a história de Smith, cheio de nostalgia, veio para aplacar um pouco a ira dos leitores saudosistas.

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A minissérie ganhou força e passou a ter uma revista mensal, mas sem Smith. No entanto, os roteiros de Brad Meltzer são tão bons quanto os de seu antecessor. Nesta edição, Oliver Queen, o Arqueiro Verde, parte em busca de alguns itens preciosos que deixou pra trás e precisa lidar com as mudanças que ocorreram durante sua ausência, principalmente a perda de seus dois melhores amigos, Barry Allen e Hal Jordan.

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Meltzer é conhecido nos Estados Unidos pelo seu trabalho literário em best-sellers como The Tenth Justice, Dead Even e Millionaires. Com o sucesso de Estrada para Perdição, que ganhou versão cinematográfica, os escritores passaram a participar mais no mercado de quadrinhos. E o autor fez bonito, já que muitos dos fãs, que esperavam muito da continuação do primeiro arco produzido por Smith, aprovaram o trabalho de seu sucessor.

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Assim como Smith, Meltzer utilizou muitas das referências aos heróis da Era de Prata -como Lanterna Verde, Flash, Nuclear, entre outros-, que compreende da metade dos anos 50 até 80, para dar um sutil toque de humor na história. As conversas que o Arqueiro tem com o Super-Homem e a forma com que engana os jovens sucessores de Flash e Lanterna Verde são passagens impagáveis da revista.


O escritor também manteve a marca registrada do Arqueiro, mais velho que os outros heróis e o mais teimoso de todos. O público norte-americano recebeu tão bem os roteiros de Meltzer a ponto do escritor se envolver no maior segredo da DC Comics para este ano, a minissérie Crise de Identidade, que promete revolucionar mais uma vez o universo de Batman e Cia.

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A arte da revista, responsabilidade de Hester e Ande Parks, continua bastante regular. O estilo simples, porém bastante eficiente. As sequências cinematográficas dão às gags criadas por Meltzer o tom certo da personalidade ácida e das tiradas sarcásticas do Arqueiro Verde.


No final da edição os fãs ainda poderão apreciar a coletânea de capas da revista, produzidas pelo talentoso Matt Wagner (Grendel). E o mais interessante é acompanhar o processo de de criação do escritor Brad Meltzer. Ele disse que a idéia inicial para a história desse arco surgiu após um bate-papo com um amigo, Noah. Na conversa, Noah diz ter visto na tevê algo como um pornofaxineiro, alguém que recolhe sua pornografia escondida após sua morte. E foi daí que pensou: quem guardaria as coisas do Batman, do Super-Homem, do Lanterna Verde e de qualquer outro herói quando os mesmos morressem?


A resposta, bem-humorada, está nessa edição, de 148 páginas, ao preço de R$ 9,90. Apesar do papel não ser de alta qualidade, a revista é uma ótima oportunidade para os novos leitores conhecerem o personagem e para os antigos relembrarem de tempos memoráveis da Liga da Justiça. E, acima de tudo, de se divertir.

Música+Quadrinhos: Nick Cave and The Bad Seeds+Arqueiro Verde: A Busca


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