A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estuda liberar a aplicação da vacina contra HPV (Human Papilloma Virus ou Papilomavírus Humano) para mulheres entre 26 e 45 anos. Hoje a recomendação é para a aplicação antes ou no início da atividade sexual, para meninas e mulheres entre nove e 26 anos, com base no critério da imunogenicidade (formação de anticorpos). Além de outras faixas etárias, a eficácia da vacina em homens também está sendo estudada. Ela foi desenvolvida para o uso nas mulheres principalmente para prevenir o risco de câncer do colo do útero.
O pedido de ampliação de público foi feito por um dos produtores da vacina, o laboratório Merck Sharp & Dohme (MSD). Segundo responsáveis pela empresa, estudos atestaram que a mesma dosagem da vacina contra o HPV aplicada em adolescentes e jovens é eficaz na mulher adulta. No total, 12 países já estão aplicando as doses nas mulheres até 45 anos, entre eles Chile, Canadá e Austrália.
O pedido apresentado pela MSD à Anvisa foi baseado nos resultados de um estudo internacional feito com 3.819 mulheres entre 24 e 45 anos, com duração de quatro anos. Ele mostrou que a vacina é eficaz para prevenir a infecção persistente, as lesões de baixo grau, as lesões pré-cancerígenas de alto risco para o colo do útero, a vagina e a vulva, além de lesões genitais externas e verrugas genitais. Caso a paciente já tenha sido contaminada, a vacina ajuda a prevenir a evolução da doença.
Jaime Rocha, infectologista do Frischmann Aisengart/DASA, explica que o vírus HPV é a doença sexualmente transmissível (DST) mais frequente que existe, atingindo, em algum momento da vida, 75% das pessoas sexualmente ativas. O HPV é adquirido durante o sexo (oral, vaginal ou anal) e responde por mais de 99% dos casos de câncer do colo do útero, o segundo tipo de tumor mais frequente entre as brasileiras, atrás apenas do câncer de mama. As lesões provocadas por esse vírus são conhecidas como verruga genital e podem acontecer na região genital de ambos os sexos.Rocha explica que existem vacinas diferentes disponíveis no mercado, sendo que algumas cobrem apenas poucas cepas e outras que cobrem todas as cepas principais. Esta última é chamada de vacina quadrivalente e inclui as cepas dos tipos 6, 11, 16 e 18. "Por isso, existem no mercado vacinas com diferentes preços. Esta diferenciação vai decorrer do número de cepas cobertas pela vacina", explica o especialista.
A vacina disponível no Frischmann Aisengart / DASA é a quadrivalente, ou seja, protege contra quatro tipos de HPV (6, 11, 16 e 18), responsáveis por 90% das verrugas genitais em homens e mulheres (HPV 6 e 11) e 70% dos casos de câncer de colo uterino na mulher (HPV 16 e 18). A aplicação é feita em três doses, sendo a primeira na data escolhida e as demais com intervalos de dois e seis meses.
Mas Rocha lembra que a melhor maneira de prevenção é evitar grande quantidade de parceiros e sempre usar preservativo. Também é aconselhável ter cuidado com roupas íntimas e banheiros, além de controles anuais com acompanhamento de um ginecologista.
Serviço:
www.labfa.com.br
4004-0103
Unidades de Vacinação: Batel II (Rua Alferes Ângelo Sampaio, 1299, Batel) e Alto da XV (Rua XV de Novembro, 3101)