O número de cargas roubadas nas estradas que cortam Curitiba e Região Metropolitana tem deixado o Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Paraná (Setcepar) em estado de alerta. De acordo com Fernando Klein Nunes, Presidente da entidade, todos os dias há casos de associados que foram vítimas do crime. Segundo Nunes, apesar dos constantes relatos de roubos, ninguém possui acesso a dados oficiais, já que a Secretaria de Segurança Pública não divulga nem os números nem as rotas mais perigosas. "Isto é um absurdo. Além de não termos segurança, ainda não temos dados concretos que possam nos ajudar a resolver a questão. Nossos associados têm nos ajudado a traçar um pequeno perfil dos roubos, o que nos auxilia, mas ainda precisamos de um trabalho mais eficiente por parte das autoridades. Queremos mais segurança e distribuição de informações", destaca.
O Gerente de Operações da Rodomar e Diretor do Setcepar, Marcos Battistella, já teve quatro caminhões roubados, sendo que apenas um foi recuperado. Battistella ressalta que, contando o prejuízo das carretas e a carga perdida, estima um prejuízo de mais de R$ 1 milhão para a empresa. "Estes crimes também prejudicam o lado psicológico dos caminhoneiros, que em alguns casos são abandonados no meio do mato", comenta. O Diretor do Setcepar diz que o último assalto ocorreu quando o caminhoneiro parou em um posto próximo a Quatro Barras para dormir e na hora que estava saindo foi abordado. "Os transportadores estão muito assustados com este tipo de ação e não conseguem um apoio maior das autoridades responsáveis. O papel da polícia deve ser exercer uma função preventiva de segurança, o que não há no momento", fala.
Já Cecílio Gonçalves, também Diretor do sindicato e da JR Transportes, lembra que um motorista da transportadora foi abordado à 1h da manhã, no trajeto entre Curitiba e São Paulo, por um Monza com 3 pessoas, que o ameaçaram com uma arma. "Foi roubado um caminhão e aproximadamente R$ 80 mil de carga", diz. E continua: "Creio que os assaltantes devam ser pessoas com bastante conhecimento sobre técnicas de rastreamento e segurança, pois as empresas de transporte, apesar de investirem nisso, não conseguem combater a violência. A única coisa que nos resta, além de investir em segurança privada, é exigir que a polícia seja mais presente", afirma.
O Presidente do Setcepar ressalta a importância de ter acesso aos dados da Secretaria de Segurança Pública e de um trabalho mais efetivo por parte das delegacias especializadas para que se possa combater efetivamente tais crimes e, desta forma, minimizar o prejuízo que já foi gerado ao Paraná devido a estes roubos. "Precisamos urgentemente de mais segurança nas estradas", conclui.
Perfil do Setcepar
Criado em 1943, o Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Paraná (Setcepar) representa 5.000 empresas de transporte de cargas em 265 cidades do estado. O Setcepar oferece aos associados diversos serviços e eventos, para debater e fomentar melhorias no setor, e no relacionamento das empresas entre si e com demais setores da sociedade.