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Portinari cede obra para ajudar no combate ao câncer de mama

13 nov 2006 às 11:00

O presidente do Projeto Portinari, João Candido Portinari (único filho do artista Candido Portinari), o presidente do Grupo Telelistas, Milton Kelmanson, e o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), Diógenes Basegio, assinaram uma parceria para levar informação e conscientização sobre o câncer de mama a mais de 100 milhões de pessoas, por meio de uma página nos mais de 20 milhões exemplares das listas telefônicas distribuídas pelo Brasil e de um hot site no portal TeleListas.net que contabiliza, mensalmente, mais de 13,5 milhões de consultas e 4 milhões de visitantes.

A campanha nacional "A Saúde da Mama" acaba de ser lançada, com com o apoio dos Distritos de Curitiba (Barigüi – Distrito 4730) e Maringá (Catedral – Distrito 4630), do Rotary Club . O objetivo é divulgar informações úteis e ações simples para o diagnóstico precoce do câncer de mama. Tanto a página impressa na lista telefônica, quanto o hot site no portal TeleListas.net serão ilustrados com a obra "Nu Feminino" (Paris, 1929) de Candido Portinari.

Curitiba foi a cidade escolhida para o lançamento oficial da campanha "A Saúde da Mama" porque um dos idealizadores do projeto e autor do texto utilizado é o médico curitibano Vinicius Milani Budel – membro da Sociedade Brasileira de Mastologia e responsável pelo Ambulatório de Câncer de Mama do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná.

Além disso, o Sul do País apresenta dados ainda mais alarmantes sobre o índice da doença que é a maior causa de mortes por câncer entre as mulheres brasileiras. Segundo estimativas do INCA (Instituto Nacional de Câncer), em 2006 o Brasil terá quase 50 mil novos casos. O estudo aponta que a cada 100 mil brasileiras, 52 possuem câncer de mama, atualmente. No Sul, são 125 novos casos por ano a cada 100 mil mulheres.

De acordo com Budel, os números retratam exatamente o perfil de maior incidência de câncer de mama: mulheres com maior escolaridade, economicamente ativas, com melhores condições sociais, maior tecnologia disponível (e, conseqüentemente, maior longevidade) e, principalmente, gravidez tardia.

Em 2005, o número de mortes pela doença ultrapassou 9 mil, mais da metade eram mulheres entre 40 e 69 anos de idade. Infelizmente, de acordo com a SBM, apenas 23% das brasileiras examinam rotineiramente suas mamas, por medo da doença, falta de informação e preconceito. De acordo com o presidente do Grupo Telelistas, Milton Kelmanson, "com informações adequadas e acessíveis, todas as mulheres podem entrar nessa luta contra o câncer de mama, que mata uma brasileira a cada 36 minutos", revela.

O grande problema é que o câncer de mama não pode ser evitado e, muitas vezes, não apresenta sintoma. O alerta é do presidente regional do Paraná da Sociedade Brasileira de Mastologia, Eduardo Schunemann Júnior. "Por isso, a melhor arma ainda é a detecção precoce do tumor, pois quanto mais cedo for descoberto, maiores as chances de cura", enfatiza.

Ainda segundo Schunemann, as causas do câncer de mama ainda são desconhecidas: "basta ser mulher para começar a se preocupar e realizar os exames regularmente", explica. "Apesar de homens também poderem apresentar a doença, na proporção de menos de 1% dos casos", revela. Porém, algumas mulheres são mais propícias a desenvolverem o câncer de mama.

Os principais fatores de risco estão associados ao aumento da longevidade da população e à mudança dos hábitos de vida da mulher: puberdade precoce, estresse, sedentarismo e obesidade. Outros fatores de risco estão associados à hereditariedade, outros casos na família, tabagismo e alcoolismo.

Segundo Schunemann, "existem estudos sérios que mostram que as mulheres que engravidam mais cedo, amamentam durante, pelo menos, seis meses e têm mais de uma gestação possuem uma proteção extra contra o câncer de mama". A explicação é que a gravidez e a amamentação interferem nos hormônios (que agem como uma espécie de combustível para as células cancerosas) e provocam um amadurecimento da mama.

Esses fatores também explicam por que a incidência do câncer de mama nas mulheres jovens está aumentando ano a ano – apesar de aproximadamente 80% dos casos ainda acometerem mulheres com mais de 50 anos. O dado mais alarmante, porém é que "os tumores que acometem mulheres abaixo de 35 anos são, na maioria das vezes, muito agressivos, maiores e com grandes chances de apresentarem recorrência", explica o presidente da SBM, Diógenes Basegio.

Para detectar o problema no início e ter maiores chances de cura, Vinícius Budel aconselha que todas as mulheres em idade fértil realizem o auto-exame, mensalmente. Além disso, uma vez por ano deve-se examinar os seios com a ajuda de um médico.

Já as mulheres com mais de 35 anos ou logo após a menopausa devem fazer a mamografia e a ecografia das mamas com a freqüência recomendada pelo seu médico. "Esses ainda são os melhores exames, pois podem detectar tumores tão pequenos que são imperceptíveis no auto-exame", explica Budel.

Sobre a contribuição do Projeto Portinari para a campanha, João Candido Portinari afirma que as obras do pai sempre tiveram um grande apelo social, seja de caráter de denúncia ou como forma de conscientização. "Contribuir com a campanha ‘A Saúde da Mama’ é dar continuidade ao trabalho social que meu pai realizava por meio da arte", declara.

A campanha "Saúde da Mama" já pode ser visualizada no portal www.telelistas.net. As listas telefônicas de 2007 já estão sendo impressas com a página da campanha e, a partir de janeiro, começarão a entrar nas casas dos brasileiros.


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