De 526 pacientes examinados, apenas 10,2% não apresentaram nenhum nível da doença
Uma pesquisa sobre a incidência de puberdade precoce na população infantil foi realizada pelo Frischmann Aisengart / DASA. O trabalho levantou os exames de prova funcional de 526 crianças, realizados pelo laboratório de janeiro de 2006 a março de 2010. A pesquisa foi desenvolvida pela endocrinopediatra Myrna Campagnoli, do setor de provas funcionais do Frischmann Aisengart/DASA, sob a coordenação do endocrinologista Mauro Scharf, diretor regional médico da DASA no Sul e responsável pelo setor de provas funcionais do laboratório.
Os pacientes foram divididos em três grupos: Amostra 1, meninas com idade menor ou igual a oito anos; Amostra 2, meninos com idade menor ou igual a nove anos; Amostra 3, meninas com idade superior a oito anos e inferior a 14 anos, e meninos com idade superior a nove anos e inferior a 14 anos. Das 526 provas realizadas, 64 foram referentes a exames em meninos e 462 em meninas.
O resultado é que 89,16% dos pesquisados apresentavam a antecipação da puberdade, verificada pela elevação dos hormônios da puberdade. Os casos totalmente normais foram de 57 (10,2% do total). Ou seja, do total de 526 exames, 469 estavam alterados. Destes, 218 (41,4%) tiveram valores diagnósticos para puberdade precoce e 251 (47,76%) apresentam elevação dos hormônios da puberdade, mas estavam abaixo do valor de corte para o diagnóstico de puberdade precoce. "No entanto, este segundo grupo está dentro de níveis compatíveis com a Telarca, que é uma antecipação da puberdade representada principalmente pelo início precoce das mamas, mas com menores repercussões clínicas", explica Scharf.
Os resultados foram divididos da seguinte forma: na Amostra 1, das 192 meninas com idade menor ou igual a oito anos, 13 tiveram resultados normais e 179 tiveram provas alteradas; na Amostra 2, dos 16 meninos com idade menor ou igual a nove anos, oito tiveram resultados normais e oito alterados; na Amostra 3, das 318 crianças pesquisadas, 48 foram meninos com idade superior a nove anos e inferior a 14 anos e 270 foram meninas com idade superior a oito anos e inferior a 14 anos, tendo como resultado 36 provas normais e 282 alteradas.
Scharf ressalta que a pesquisa foi realizada em crianças que tiveram o exame de puberdade precoce solicitado por seus médicos e que, portanto, pode refletir valores percentuais acima do esperado na população.
O médico explica que a puberdade precoce é o início do desenvolvimento sexual secundário antes dos oito anos nas meninas e dos nove anos nos meninos. Para as meninas, os principais sinais são o aumento das mamas, pelos pubianos e axilares, odor axilar, crescimento acelerado, além de aumento da oleosidade da pele, espinhas e acne. Os meninos costumam ter aumento dos testículos, pelos pubianos e axilares, odor axilar, alteração do comportamento com tendência a agressividade, crescimento acelerado, espinhas, acne e alteração no timbre de voz. O diagnóstico é realizado por meio da história clínica, exame físico e exames complementares (hormonais e de imagem).
Segundo o especialista, uma das mais importantes novidades no setor é a análise de fatores endocrinológicos rompedores (do Inglês disrupt) para o diagnóstico desta doença. Sabe-se que as meninas com baixo peso ao nascimento, adotadas, obesas ou expostas a substâncias químicas que alteram os estrogênios apresentam um risco de dez a 20 vezes maior para desenvolver puberdade precoce.
Numa análise que use o modelo multifatorial, que inclui fatores genéticos, hormonais e influências do ambiente, os rompedores são considerados químicas naturais ou sintéticas do ambiente. Eles provocam distúrbios na função endocrinológica, resultando em um desenvolvimento hormonal alterado. Uma série de agentes foi classificada como rompedor endocrinológico, incluindo fitoestrogênios, estrogênios naturais e tópicos, pesticidas, phtalatos e até produtos químicos, como shampoos. O uso desses rompedores para análises também sugere que a idade para a puberdade precoce tenha diminuído.
As consequências da exposição a estrogênios ambientais rompedores ainda são desconhecidas. Isso porque vários componentes químicos são ambientalmente persistentes, tóxicos ou ativos no estrogênio, podendo induzir a desordens reprodutivas, como é o caso da puberdade precoce.
Provas funcionais
O Frischmann Aisengart / DASA inaugurou em novembro o mais moderno setor de provas funcionais do Brasil. A ala é especializada em realização de provas hormonais funcionais, detecção de doenças como diabetes mellitus e diabetes insípidus, intolerância à lactose, doença de Cushing, naninsmo hipofisário, puberdade precoce e outras doenças endocrinológicas raras. A unidade também está capacitada para realização de provas funcionais para rastreamento evolutivo do câncer de tireóide.
O setor tem mais de 200 m² e está localizado na Unidade Batel, na Rua Alferes Ângelo Sampaio, número 1299. Segundo Mauro Scharf, um dos diferenciais do setor de provas funcionais é o acompanhamento de todos os exames pela equipe do Canal do Médico DASA. A unidade conta também com a expertise da endocrinopediatra Myrna Campagnoli no acompanhamento das provas dinâmicas. "Com doze cadeiras disponíveis para os exames de curvas glicêmicas e de lactose, e sete macas para realização das provas funcionais, o setor foi projetado para proporcionar aos médicos uma total visibilidade dos exames que estão sendo aplicados, visando maior conforto e segurança dos pacientes", explica Scharf. Mais informações pelo telefone (41) 3340-8305.