Educar-se

Eu sou Educador?

31 dez 1969 às 21:33

Eu sou Educador?

Educar-se para educar. Essa é a intenção maior de todo Educador. Iniciemos,
então, nossa discussão com uma pergunta: Eu sou Educador? Essa pergunta
deveria ser efetivada por todos os jovens e adultos em vários momentos da
vida. Aliás, a pergunta deveria ser esta: Eu sou BOM Educador? Observe que
escrevi Educador com letra maiúscula apesar de este vocábulo ser um
substantivo comum, e não próprio; Fiz isso para caracterizar a importância do
sentido dessa palavra na vida de todos os que convivem com crianças, ou
mesmo daqueles que convivem com qualquer tipo de pessoa - todos nós, então
- não importando a idade. Temos de agir como Educadores com letra maiúscula,
ou seja, Educadores de fato, preocupados com o desenvolvimento psíquico das
pessoas com as quais convivemos e, logicamente, com o nosso próprio
desenvolvimento psíquico. ''Educar'' significa ''dar a alguém todos os cuidados
necessários ao pleno desenvolvimento de sua personalidade''. Já
''personalidade'' é o aspecto visível que, segundo a percepção alheia, compõe o
caráter individual e moral de uma pessoa. O bom Educador, então, é aquele que
se preocupa com o desenvolvimento dos traços psicológicos e morais dos
demais.


Influência positiva


As nossas ações no dia a dia devem ocorrer de tal maneira que influenciem
positivamente o comportamento daqueles que participam de nossa vida, no
sentido de exercer uma ação psicológica favorável, ou seja, temos de estar
atentos a tudo aquilo que realizam as pessoas que participam de nossa
intimidade para poder ajudá-las a desenvolver-se e também para nós mesmos
aprendermos, com as atitudes delas, a nos desenvolver, afinal educar-se é
procurar atingir um alto grau de desenvolvimento, intelectual, emocional e
espiritual; é cultivar-se; é aperfeiçoar-se.

O Bom Educador começa seu trabalho por si próprio. É impossível tentar educar
alguém se não se educar a si mesmo. O Bom Educador usa sua autoridade para
influenciar positivamente a maneira de proceder das pessoas com as quais
convive sem ser autoritário, estabelecendo os limites necessários ao bom
relacionamento com a intenção de orientar o educando, e não de provar quem é
que manda na relação. O mais importante é formar - no sentido de dar e
receber ensinamentos - seguindo os quatro pilares da Unesco para concretizar a
aprendizagem: aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a conviver e
aprender a ser. O jovem somente se sentirá completo, sem necessitar de coisas
externas para preencher o ''vazio'' da vida - até porque nem haverá esse vazio,
quando souber reconhecer suas emoções como autênticas, quando não tiver
medo de enfrentá-las ou de manifestá-las aos outros e quando obtiver êxito em
seus relacionamentos, sem sofrer e sem provocar sofrimentos. Isso só será
alcançado se houver afetividade em sua vida, se houver alguém que de fato
afete favoravelmente a sua maneira de ser. Assim ele se sentirá realizado e dirá
com firmeza: eu sou feliz e, se eu estou feliz, eu me relaciono melhor com as
pessoas, eu me interesso mais pelos outros, eu aprendo com mais facilidade,
eu realizo mais coisas e me realizo também!


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