Educar-se

Educar é um fardo.

19 out 2009 às 09:32

EDUCAR É UM FARDO.

Educar as crianças é um fardo, no sentido figurado apresentado pelo dicionário Houaiss: "aquilo que impõe sérias responsabilidades". Muitos adultos responsáveis pela educação de jovens, porém, a enxergam como um fardo, no outro sentido figurado apresentado pelo Houaiss: "aquilo que é difícil ou duro de suportar". Este é o significado negativo de fardo; aquele, o positivo, pois ter responsabilidades tira o foco de si próprio, o que faz a pessoa pensar em deveres, não somente em direitos, e isso a deixa mais próxima da essência da humanidade, com sentimentos benevolentes em relação aos semelhantes.
Nem tudo o que impõe sérias responsabilidades é difícil de suportar. A Educação se transforma em fardo negativo àqueles que não estão preparados para tal. Esses moram na mesma casa que elas, levam-nas para as inúmeras atividades que são obrigadas a realizar diariamente, exigem que tenham o comportamento adequado, entre outras ações, mas tudo é feito maquinalmente. Não há a intenção de educar. Há meramente a convivência cotidiana sem o acompanhamento devido. Julgam que as crianças têm de evoluir por si sós e praticamente não participam de seu desenvolvimento, a não ser para criticar, castigar e cobrar.


CRÍTICAS, CASTIGOS E COBRANÇAS


Não quero dizer que não se deva criticar, castigar nem cobrar. O problema é que o que ocorre em muitas famílias são críticas infundadas, castigos inadequados e cobranças demasiadas, enquanto que o que deveria haver são críticas construtivas, castigos condizentes com o mau comportamento e cobrança de bom comportamento.
Se a criança não se comporta adequadamente, é dever dos seus responsáveis apontar os erros cometidos com a intenção de melhorar, de contribuir para o crescimento dela. Havendo necessidade de punição, o melhor é que não haja o castigo de imediato, pois, no calor da emoção, pode-se aplicar algo demasiado severo, o que é difícil de manter. Para evitar isso, pode-se, de antemão, ter já estabelecidas algumas regras de punição: tempo a menos na internet ou diante da televisão, suspensão de atividade previamente combinada, dentre outras. Conforme o erro, a punição. A intenção sempre é o crescimento da criança; todas as ações devem se efetivadas no sentido de preservar a criança, por isso, no dia a dia, constantemente se tem de estar atento para lembrá-la das boas ações e dos bons comportamentos. Isso deve ser uma constante na vida familiar.


FARDO POSITIVO


As sérias responsabilidades impostas aos adultos para a Educação ocorrer a contento deve iniciar-se pelo estabelecimento da disciplina, não no sentido restrito de obediência aos superiores, mas no de ensinar os comportamentos apropriados. É missão nossa, como adultos e autoridade no relacionamento com as crianças, aplicar a disciplina, processo pelo qual se aprende que os limites são necessários para a boa convivência em sociedade. Os limites dão segurança aos jovens, que, sabendo exatamente como devem agir e quais as consequências de seus atos, passam a ser mais respeitosos com os adultos.
Outro aspecto importante no estabelecimento da disciplina é o ato de evitar dar sempre tudo do melhor aos filhos. Crianças que têm de tudo e do melhor criam uma expectativa muito grande para o futuro. E não pense que "do melhor" quer dizer "caro"; "do melhor" é o que a família oferece com esforço. Deve-se mostrar à criança que há limite para tudo. Em vez de erroneamente dar o melhor, deve-se agir com bom senso e ensinar que a perfeição não existe. Criança que cresce à busca da perfeição se frustra, pois jamais a conseguirá.


APLICAR LIMITES E DISCIPLINA

Agir com bom senso é aplicar limites e disciplina à vida das crianças. Para isso, os adultos têm de ser sensatos, ou seja, segundo o Houaiss, agir com cautela, ser regrado em seus hábitos, ter juízo enfim. Há de se estabelecerem regras às crianças sempre com firmeza e mostrar que elas existem e que devem ser cumpridas por todos, sem exceção. Ao expor as regras a elas, deve-se falar com clareza para que as entendam perfeitamente. Há de ser justo: as crianças têm o direito de saber exatamente o que acontecerá caso não se comportem adequadamente. Não deve haver surpresas. E, enfim, há de ser paciente. Para a educação existir, a paciência do adulto é a virtude essencial. Educar demanda tempo. É preciso ter capacidade de persistir nisso sem hesitar, sabendo que esse esforço tem como objetivo único a felicidade de nossos filhos. E quanto a isso não podemos titubear.


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