Pouca importância se dá ao que chamamos de canais sensoriais, que são as vias pelas quais percebemos a realidade. Apesar de nós sermos muito parecidos uns com os outros, e alguns até julgarem sermos todos iguais, nada temos de equivalente em se tratando de percepção da realidade. Cada um capta o mundo de sua própria maneira, dependendo das experiências individuais, das crenças, do país em que mora, da família, da escola, dos amigos, dos ensinamentos que recebe, dos livros que lê, dos filmes a que assiste, da Educação a que é submetido, do exemplo que tem dos pais, etc. Cada acontecimento da vida pode influenciar a maneira de o indivíduo "enxergar" o mundo.
Há, porém, um aspecto que pode ser considerado padrão: todos os seres humanos, independentemente de como cada um capta a realidade, têm um canal sensorial predominante: visual, auditivo ou cinestésico. Há vários testes que ajudam a descobrir qual o canal sensorial mais desenvolvido. Descobrindo o canal predominante, passa-se a saber a maneira de encarar o mundo e a saber como estudar com maior proveito:
VISUAIS, AUDITIVOS E CINESTÉSICOS
Os visuais são os que percebem a realidade pela visão; os auditivos, pela audição; os cinestésicos, pelas sensações corpóreas.
A maioria dos visuais tem facilidade em recordar a fisionomia das pessoas, valoriza a aparência, gosta de ler, aprende pela leitura, gosta de assistir a TV, de ir ao cinema e de fotografia, forma imagens mentais, etc. A maioria dos auditivos, em recordar os nomes das pessoas, valoriza o que elas falam, gosta de ouvir músicas e de estudar teoria musical, é bom ouvinte, aprende mais escutando do que lendo, etc. A maioria dos cinestésicos, em recordar as atitudes das pessoas, valoriza o que elas fazem, gosta de se movimentar e de participar de atividades físicas, gosta de dançar, toma decisões emotivamente, sente-se desconfortável quando algo está errado, sempre está pronto para agir, etc.
O estudante visual, quando se submete a uma prova, se lembra da imagem do professor em sala de aula no momento em que este explicava a teoria; lembra-se até do que foi desenhado no quadro-negro. O auditivo, do que o professor falou durante a explicação da teoria. O cinestésico, das ações do professor e do que ele mesmo escreveu durante a aula.
O QUE SE RECOMENDA
É recomendável aos visuais que estudem por meio da leitura do material didático e de livros relacionados a ele, que assistam, atentos às imagens, a filmes, a programas televisivos e a peças teatrais que tenham relação com a teoria apresentada e que, durante a aula, observem com atenção o que professor escreve no quadro. Aos auditivos, que gravem a teoria estudada e escutem a gravação para estudar, que assistam ao mesmo que os visuais, mas atentos ao que se fala, e que escutem com atenção o que o professor explica. Aos cinestésicos, que estudem escrevendo a teoria ou falando-a como se estivessem dando aula; o ideal é que cinestésicos se juntem para estudar e que cada um faça as vezes do professor num dado momento; que assistam ao mesmo que os visuais, mas atentos às ações.
Se os pais descobrirem o canal sensitivo predominante de seus filhos, poderão ajudá-los a estudar mais adequadamente e a fazer aumentar as outras capacidades sensoriais que sejam menos usadas. O ideal é que se desenvolvam os três canais sensitivos; assim haverá mais facilidade para se apreenderem ensinamentos de variadas fontes, não somente aqueles a cuja fonte esteja habituado.
CARACTERÍSTICAS PECULIARES
É importante que, não somente as crianças, mas todos se acostumem a expandir os diferentes canais para também se habituar aos problemas concernentes a eles: os visuais tendem a querer que todos vejam o mundo de sua maneira, pois para eles aquela é a maneira certa de enxergar o mundo; os auditivos, a que todos o ouçam, pois ele considera que o adequado é ouvir; os cinestésicos, a que todos sintam o que eles sentem, e isso é um grande problema, pois o cinestésico é aquele que atinge as emoções dos outros, por ter a sua sempre atingida, e, ao fazer isso, pode magoar os que têm outros canais predominantes.
Ao ter os três canais desenvolvidos por igual, aprende-se a conviver melhor, pois conhece-se melhor como os demais pensam, agem e reagem aos acontecimentos. Então, não fique aí apenas vendo, ou ouvindo, ou fazendo. Passe a ver, a ouvir e a fazer e ensine os seus pares a agirem assim também.