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COBRANÇA DO BOM COMPORTAMENTO!

03 fev 2010 às 10:14
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COBRANÇA DO BOM COMPORTAMENTO!


Jean Piaget, um dos maiores estudiosos do desenvolvimento cognitivo
humano, mostrou, em sua teoria, que o crescimento intelectual se dá pela
adaptação ao meio no qual vive o indivíduo. As crianças, obviamente, têm mais
dificuldades que os adultos para conseguir muitas dessas adaptações por ainda
não conhecerem adequadamente o mundo, e, assim, quase tudo é novidade em
sua vida. Por esse motivo, é necessário que seus educadores sejam altamente
afetuosos, porque a afetividade é o que, principalmente, dá ao ser humano a
capacidade de reagir aos sentimentos e às emoções.
Muitos não sabem o significado da palavra "afetividade". Já me disseram
acreditar que ser afetuoso, ou afetivo, significa ser carinhoso, ser ‘bonzinho’ com
as crianças. Todos os que são afetuosos são, logicamente, também carinhosos,
porém nem todos os que demonstram carinho agem com afetividade. Ser afetivo
exige envolvimento físico meigo, sim, mas exige também agir com firmeza: Um
"não" tem de ser "não" mesmo, não se pode transformar em "sim"! Regras têm
de existir e têm de ser respeitadas por todos. Sejamos carinhosos, mas sejamos
também implacáveis na cobrança do bom comportamento.

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AFETIVIDADE: A MOLA PROPULSORA DAS AÇÕES.

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Terra sem cultivo não produz; tampouco a mente.


Para Piaget, a afetividade é a mola propulsora das ações; é o que atribui
valor às atividades. Quem tem vida afetiva rica sabe agir adequadamente no dia
a dia e sabe tomar decisões e fazer escolhas. Quem, porém, não tem (ou não
teve) educador afetuoso (educador, agora, no sentido de "aquele que cuida, que
toma conta"), apesar de muitos conseguirem sucesso profissional, financeiro e
social, não tem estabilidade emocional suficiente para tomar decisões de bom
senso sem medo de errar. Há hesitação constante nos momentos em que ocorre
a necessidade de efetivar as escolhas dos caminhos a seguir. Acerta-se, não
raro, por sorte, não por saber que é a decisão adequada.
Certamente todos conhecem alguém que teve uma vida pobre em
afetividade; é aquele que, quando é preciso dar sua opinião, diz a frase "o que
a maioria decidir para mim está bom". A esses deveria dar-se a resposta: "A
maioria decide que você não serve para este grupo, que precisa de pessoas que
saibam externar o que pensa". Ou aquele que se posiciona de tal maneira que
passa a ser um dos últimos a falar e diz "o que todos falaram já é o suficiente;
Não há mais o que acrescentar", sem saber que sempre há um ponto de vista a
ser desenvolvido. Um assunto nunca se esgota em se tratando de opiniões.
Mesmo que estas sejam semelhantes, há detalhes que podem enriquecer
sobremaneira um debate.


INDIVÍDUO PERSEVERANTE EM SUAS AÇÕES

Afetividade em abundância confere segurança ao educando, que passa a
ser um indivíduo perseverante em suas ações, pois estas sempre são realizadas,
pelo ser humano afetivo, depois de atenta análise, e não desarrazoadamente.
Transforma-se num ser humano que quer que seus anseios se realizem, mas
que sabe que vive em comunidade e respeita também os anseios dos demais,
portanto não se sente superior aos outros em situação alguma. Passa a ser uma
pessoa compassiva, ou seja, uma pessoa que se coloca no lugar dos outros
seres e, por isso, trata-os com humanidade, exatamente como quer que a
tratem. O foco do ser humano afetuoso é o bem, o seu próprio e o da
comunidade. O adulto afetuoso, então, é aquele que, sabendo que as crianças
têm dificuldades para se adaptar ao meio físico e que é isso que leva ao
desenvolvimento mental, age demonstrando o amor que tem por elas, mas
estabelece limites às ações destas para que aprendam a viver em sociedade e
não cresçam egoístas e ensimesmadas, exatamente porque as ama.
Ser afetivo significa afetar positivamente o comportamento das demais
pessoas em todos os relacionamentos, sejam aprofundados ou perfunctórios,
superficiais. Se em todos os encontros que efetivamos com as demais pessoas
agirmos com esse pensamento em mente – afetar positivamente o
comportamento das pessoas – seremos pessoas melhores e teremos
relacionamentos melhores, tornando-nos num exemplo digno de ser copiado
pelos mais jovens.


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