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Simpatia tem limite

26 abr 2001 às 17:22
‘‘Miss Simpatia’’ se insinua como uma comédia mas não tem recursos suficientes para provocar risos - Reprodução
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E aqui está ela de novo, buscando com fervor o carinho e o aplauso do público. A referência não é para a ‘Miss Simpatia’ do título , mas aplica-se diretamente a Sandra Bullock. Seria o título a atrair a moça para interpretar ‘Miss Congeniality’, sua mais recente e flácida comédia romântica? Teria a própria história da garota congenial a ver com a natureza e a própria trajetória profissional da atriz? É até bem provável, já que o personagem se parece muito com Sandra na vida real: amigável como poucas, mas ainda não vencedora o suficiente para levar cetro e coroa de atriz confiável.
Bullock interpreta Gracie Hart, uma agente do FBI, ali pela casa dos 30. Seus hábitos sociais, roupas e sapatos não fazem dela exatamente a bela e elegante do pedaço. No entanto, quando um terrorista ameaça mandar pelos ares o concurso de miss Estados Unidos, o agente-coleguinha Eric Mattews (Benjamin Bratt) convence a moça a se infiltrar entre as beldades como a nova Miss New Jersey. Mas o tempo se esvai, e o consultor de moda Victor Melling (Michael Caine, sempre uma garantia) tenta operar o milagre: transformar um desajeitado ganso em impecável cisne. E as coisas acabam dando certo, apesar dos habituais atropelos de última hora, equívocos e confusões. Gracie não só dá conta do recado como ganha novos admiradores – entre eles o próprio agente Mattews.
Para um filme que se pretende como comédia, ‘Miss Simpatia’ não tem repertório variado de recursos para provocar o riso. A mão do diretor Donald Petrie é, com frequência pesada, e o filme só consegue decolar nas poucas vezes em que o quarteto de roteiristas – mãos demais desandam a receita, já dizia aquele ‘chef’ famoso – assume a paródia do cerimonial do concurso. Algumas poucas cenas de fato engraçadas estão nesses bastidores.
Pode estar passando pela cabeça dos produtores que a atriz poderia reencarnar Dorys Day no século 21. Não vai funcionar. Antes de mais nada é preciso boas histórias. Em seguida os parceiros certos, com a química ideal – já não se fazem mais Rock Hudson e Cary Grant. Aos 36, está passando da hora de Sandra deixar para trás papéis juvenis e interpretar uma mulher. Só para variar. Julia Roberts tentou e já tem a sua estatueta em cima da lareira. (C.E.L.J.)
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