No difícil desafio de se fazer um longa-metragem a partir de uma série de sucesso, "A Grande Família – O Filme" tem saldo positivo e até surpreende o espectador – tanto seu habitual público televisivo quanto os apreciadores de bom cinema avessos a estas incursões.
Em vez de trazer para a telona um mero episódio esticado, o diretor Maurício Farias (de " O Coronel e o Lobisomem"), em companhia dos roteiristas Cláudio Paiva e Guel Arraes, optaram por uma narrativa própria do cinema, trazendo uma mesma história que é contada em três versões (ou três confusões) diferentes, sempre mantendo espírito do seriado: a comédia de erros com humor pastelão.
Depois de passar mal durante o enterro de um colega, Lineu (Marco Nanini) faz uma bateria de exames médicos, que revelam que sua morte pode estar próxima. Ele esconde a situação da família e começa a ter comportamentos estranhos motivados pelo desespero. Em meio a isto, reaparece na vida de Nenê (Marieta Severo) seu ex-namorado Carlinhos (Paulo Betti), enquanto na repartição, Mendonça (Tonico Pereira) força um envolvimento do chefe de família com uma funcionária (Dira Paes), para levantar seu astral.
Com todo esse panorama criado, Lineu procura refazer suas relações com todos (muitas vezes metendo os pés pelas mãos), de forma que eles não sintam a sua partida. Isto é mostrado de três maneiras diferentes, que vão do drama ao riso. A repetição pode cansar a alguns, mas as gargalhadas compensam.