Reciclar é preciso? Em primeiro lugar, depende de quanto, diriam os executivos de Hollywood, sempre de olho na viabilidade econômica de exumações diversas. No caso de ''Starsky & Hutch'', minissérie que correu mundo na telinha e se transformou em cult ainda durante sua permanência no ar, com episódios semanais entre setembro de 1975 e agosto de 1979, a resposta foi afirmativa. Campeão de audiência absoluto na faixa nobre, era natural que a tela grande um dia abrigasse um longa-metragem que homenageasse aquele êxito histórico. E em termos mercadológicos, o produto não negou fogo: o apelo principal, ao público de quarenta anos para cima, foi correspondido, acompanhado de perto pelo segmento mais jovem, atraído pelos temperos contemporâneos das manobras up-to-date ou mesma pela curiosidade. Assim, o custo-benefício acabou valendo a pena, e os US$ 60 milhões do orçamento dobraram com sobras nas bilheterias dos mercados americano, europeu e asiático.
Com três meses de atraso em relação ao lançamento nacional, chega hoje à Londrina este filme-tributo (veja a programação de cinema na página 2) que leva o subtítulo de ''Justiça em Dobro''. Quem há trinta anos curtiu os episódios policiais e divertidos se lembra bem da fórmula funcional e ingênua, diante dos padrões do gênero neste novo século que todas as semanas, pontualmente, mantinha cativos os telespectadores, então um segmento-cobaia em relação à ''máquina de fazer doido'', como a definiu no Brasil daquele momento o filósofo popular Stanislaw Ponte-Preta, alter ego do humorista Sergio Porto. Na origem interpretados por David Soul e Paul Michael Glaser, os detetives Ken ''Hutch'' Hutchinson e David Starsky eram intrépidos e meio atrapalhados defensores da lei, solucionando casos na cidade de Bay City, Califórnia, a bordo do legendário Ford Tornio vermelho e branco e sempre auxiliados pelo hilário cafetão Huggy Bear (Antonio Fargas).
Agora, três décadas depois, Starsky e Hutch ressuscitam respectivamente na pele de Ben Stiller e Owen Wilson. O primeiro é um policial aplicado e sempre pronto a fazer cumprir a lei, embora nem sempre com os bons resultados que desejaria. Já o parceiro, Hutch, é bem menos preocupado com a disciplina e quase sempre predisposto aos prazeres, sempre relaxado. Este poderia ter sido, em outros tempos, o episódio piloto da tevê, já que os dois personagens devem trabalhar juntos pela primeira vez para solucionar um assassinato e prender um perigoso e multimilionário narcotraficante (Vince Vaughn). E de quebra estabelecer um código de tolerância mútua para acomodar as conflitantes personalidades.
Sem entusiasmo exagerado sorrisos, em vez de gargalhadas , é possível desfrutar esta homenagem por conta de alguns agradáveis motivos. Um deles é a boa química entre Stiller e Wilson, aprovada anteriormente em ''Zoolander'', ''Os Excêntricos Tenembauns'' e ''Entrando Numa Fria''. Stiller faz o ofuscado, tenso e paranóico, enquanto Wilson é o permanente cabeça-fria e irresponsável. Há um bom número de situações divertidas e quando o rapper Snoop Dog no papel de Huggy Bear está em cena tudo melhora. E bem plantadas referências à serie original a velha dupla interpretando a si mesma, a cena ''Easy Rider'', o guarda-roupa kitsch, os Village People e outros ícones dos 70. É o clássico exemplo de bem-sucedida comédia sem pretensões.
Com três meses de atraso em relação ao lançamento nacional, chega hoje à Londrina este filme-tributo (veja a programação de cinema na página 2) que leva o subtítulo de ''Justiça em Dobro''. Quem há trinta anos curtiu os episódios policiais e divertidos se lembra bem da fórmula funcional e ingênua, diante dos padrões do gênero neste novo século que todas as semanas, pontualmente, mantinha cativos os telespectadores, então um segmento-cobaia em relação à ''máquina de fazer doido'', como a definiu no Brasil daquele momento o filósofo popular Stanislaw Ponte-Preta, alter ego do humorista Sergio Porto. Na origem interpretados por David Soul e Paul Michael Glaser, os detetives Ken ''Hutch'' Hutchinson e David Starsky eram intrépidos e meio atrapalhados defensores da lei, solucionando casos na cidade de Bay City, Califórnia, a bordo do legendário Ford Tornio vermelho e branco e sempre auxiliados pelo hilário cafetão Huggy Bear (Antonio Fargas).
Agora, três décadas depois, Starsky e Hutch ressuscitam respectivamente na pele de Ben Stiller e Owen Wilson. O primeiro é um policial aplicado e sempre pronto a fazer cumprir a lei, embora nem sempre com os bons resultados que desejaria. Já o parceiro, Hutch, é bem menos preocupado com a disciplina e quase sempre predisposto aos prazeres, sempre relaxado. Este poderia ter sido, em outros tempos, o episódio piloto da tevê, já que os dois personagens devem trabalhar juntos pela primeira vez para solucionar um assassinato e prender um perigoso e multimilionário narcotraficante (Vince Vaughn). E de quebra estabelecer um código de tolerância mútua para acomodar as conflitantes personalidades.
Sem entusiasmo exagerado sorrisos, em vez de gargalhadas , é possível desfrutar esta homenagem por conta de alguns agradáveis motivos. Um deles é a boa química entre Stiller e Wilson, aprovada anteriormente em ''Zoolander'', ''Os Excêntricos Tenembauns'' e ''Entrando Numa Fria''. Stiller faz o ofuscado, tenso e paranóico, enquanto Wilson é o permanente cabeça-fria e irresponsável. Há um bom número de situações divertidas e quando o rapper Snoop Dog no papel de Huggy Bear está em cena tudo melhora. E bem plantadas referências à serie original a velha dupla interpretando a si mesma, a cena ''Easy Rider'', o guarda-roupa kitsch, os Village People e outros ícones dos 70. É o clássico exemplo de bem-sucedida comédia sem pretensões.