Para todos os gostos
No início dos anos 70, uma saga composta por três filmes alcançou tal popularidade que muitos consideram que aquela série de policiais - ‘Shaft’, ‘O Grande Golpe de Shaft‘ e ‘Shaft na África’-, não excecpcionalmente engenhosos, tenha inaugurado um novo gênero.
O detalhe que fazia toda a diferença era a mudança do enfoque até então dado aos atores negros pela indústria. O personagem, um detetive valente, sagaz, sexy e bem sucedido, era negro. E todos os maus elementos, brancos.
Eram tempos de reivindicações pelas vias mais turbulentas, hora de panteras negras, do escritor LeRoy Jones. Não faltou que agregasse um toque de genialidade nesta fórmula invertida. Na verdade, aquela trilogia ‘Shaft’, de 71 a 73, dirigida pelo também escritor e ativista Gordon Parks, não teve muito mais que o dom da oportunidade. Excluída das antologias, a carreira posterior de Parks foi prova conclusiva de que não lhe sobrava talento.
Ainda que necessariamente sem a mesma carga ideológica, e portanto emblemática, o ‘Shaft’" que agora se apresenta em lançamento nacional é, como cinema, superior a seu modelo original. O diretor de agora, John Singleton, maneja o repertório com maior perícia que seu antecessor. A Singleton pertence um título bem mais empenhado, ‘Boyz in the Hood’, que reflete com maior realismo as atribulações da comunidade negra dos Estados Unidos.
O ‘Shaft’ 2000 não vai muito além da aventura linear. Mas se beneficia com uma narrativa de primeira. Aqui, o detetive é sobrinho do tio mitológico. O personagem se encarrega da investigação do assassinato de jovem negro. O autor é um jovem branco. Com pesar, algumas idéias racistas e vários milhões em jogo, Shaft vai até o fundo do caso, ainda que deva remar contra a corrente. Entre as forças opostas, uma justiça sensível às pressões da cor e do dinheiro.
As inquietudes de Singleton parecem aqui bem mais diluídas, entre tiroteios cerrados e grossa pancadaria. Mas o produto final está livre de uma série de vícios da recente linha de produção hollywoodiana, o que não é pouco. Samuel L. Jackson empresta os novos traços ao ‘private eye’, mas o ator Richard Roundtree está de volta, revivendo o velho Shaft. Quem também surge reciclado é compositor e intérprete Isaac Hayes, com uma nova versão da música-tema, um dos dos hits mais dançáveis dos 70.
O detalhe que fazia toda a diferença era a mudança do enfoque até então dado aos atores negros pela indústria. O personagem, um detetive valente, sagaz, sexy e bem sucedido, era negro. E todos os maus elementos, brancos.
Eram tempos de reivindicações pelas vias mais turbulentas, hora de panteras negras, do escritor LeRoy Jones. Não faltou que agregasse um toque de genialidade nesta fórmula invertida. Na verdade, aquela trilogia ‘Shaft’, de 71 a 73, dirigida pelo também escritor e ativista Gordon Parks, não teve muito mais que o dom da oportunidade. Excluída das antologias, a carreira posterior de Parks foi prova conclusiva de que não lhe sobrava talento.
Ainda que necessariamente sem a mesma carga ideológica, e portanto emblemática, o ‘Shaft’" que agora se apresenta em lançamento nacional é, como cinema, superior a seu modelo original. O diretor de agora, John Singleton, maneja o repertório com maior perícia que seu antecessor. A Singleton pertence um título bem mais empenhado, ‘Boyz in the Hood’, que reflete com maior realismo as atribulações da comunidade negra dos Estados Unidos.
O ‘Shaft’ 2000 não vai muito além da aventura linear. Mas se beneficia com uma narrativa de primeira. Aqui, o detetive é sobrinho do tio mitológico. O personagem se encarrega da investigação do assassinato de jovem negro. O autor é um jovem branco. Com pesar, algumas idéias racistas e vários milhões em jogo, Shaft vai até o fundo do caso, ainda que deva remar contra a corrente. Entre as forças opostas, uma justiça sensível às pressões da cor e do dinheiro.
As inquietudes de Singleton parecem aqui bem mais diluídas, entre tiroteios cerrados e grossa pancadaria. Mas o produto final está livre de uma série de vícios da recente linha de produção hollywoodiana, o que não é pouco. Samuel L. Jackson empresta os novos traços ao ‘private eye’, mas o ator Richard Roundtree está de volta, revivendo o velho Shaft. Quem também surge reciclado é compositor e intérprete Isaac Hayes, com uma nova versão da música-tema, um dos dos hits mais dançáveis dos 70.