Para todos os gostos
"Bicho de Sete Cabeças" teve exibição para convidados no dia 13 de junho, com a presença do ator Rodrigo Santoro (protagonista do filme) e da diretora Laís Bodanski. Antes desta pré-estréia, o longa-metragem já teve uma exibição em Curitiba no mês passado, durante o 5º Festival de Cinema, Vídeo e DCine de Curitiba.
"Bicho de Sete Cabeças" relata uma tragédia doméstica absurda, mas que realmente aconteceu. Neto (personagem vivido por Santoro) é um adolescente de classe média que é internado em um manicômio, após seu pai encontrar um cigarro de maconha no bolso de seu casaco. Pode parecer estranho, mas casos semelhantes a estes continuam a acontecer nos dias de hoje.
Os 88 minutos de duração embarcam em uma odisséia que é o inferno do sistema de saúde mental brasileiro, com seus métodos violentos. A história é baseada em "Canto dos Malditos", livro autobiográfico do curitibano Austregésilo Carrano. Nos anos 70, Carrano foi internado pelo pai por uso de drogas, tal qual o personagem Neto. Sentiu na pele toda a monstruosidade do sistema psiquiátrico brasileiro. Ele, que não era louco, deixou o hospício com seqüelas. Apesar do sofrimento, narrou sua história com lucidez nas páginas do livro.
A diretora Laís Bodansky fez uso de dois recursos para melhor transmitir ao espectador o universo perturbador dos manicômios, inacessível à maior parte das pessoas. O primeiro deles é o de ambientar a história para os dias de hoje, e não para os anos 70, como no livro. "Se o filme reproduzisse a situação do personagem nos anos 70, ficaria datado. Mas este não seria o problema em questão. O risco maior seria de o espectador interpretar o que ele viu na tela como algo do passado, que não existe mais. No entanto, quase nada mudou de quase 30 anos pra cá. Os tratamentos desumanos continuam os mesmos", alega Laís.
O segundo recurso foi o de adotar uma linguagem de documentário ao filme. A câmera é "solta", jornalística, que passeia pelo ambiente em função do ator. A fotografia combina naturalismo e dramaticidade. "A intenção é dar ao espectador a sensação de que ele está flagrando um acontecimento cotidiano, banal, possível de estar acontecendo neste momento em sua rua", explica a diretora. Dispondo destes recursos, ficaram mais evidentes os principais conflitos da história: a violência silenciosa do sistema psiquiátrico brasileiro; a falta recíproca de entendimento entre pais e filhos; e a hipocrisia da sociedade brasileira diante das drogas.
"Bicho de Sete Cabeças" relata uma tragédia doméstica absurda, mas que realmente aconteceu. Neto (personagem vivido por Santoro) é um adolescente de classe média que é internado em um manicômio, após seu pai encontrar um cigarro de maconha no bolso de seu casaco. Pode parecer estranho, mas casos semelhantes a estes continuam a acontecer nos dias de hoje.
Os 88 minutos de duração embarcam em uma odisséia que é o inferno do sistema de saúde mental brasileiro, com seus métodos violentos. A história é baseada em "Canto dos Malditos", livro autobiográfico do curitibano Austregésilo Carrano. Nos anos 70, Carrano foi internado pelo pai por uso de drogas, tal qual o personagem Neto. Sentiu na pele toda a monstruosidade do sistema psiquiátrico brasileiro. Ele, que não era louco, deixou o hospício com seqüelas. Apesar do sofrimento, narrou sua história com lucidez nas páginas do livro.
A diretora Laís Bodansky fez uso de dois recursos para melhor transmitir ao espectador o universo perturbador dos manicômios, inacessível à maior parte das pessoas. O primeiro deles é o de ambientar a história para os dias de hoje, e não para os anos 70, como no livro. "Se o filme reproduzisse a situação do personagem nos anos 70, ficaria datado. Mas este não seria o problema em questão. O risco maior seria de o espectador interpretar o que ele viu na tela como algo do passado, que não existe mais. No entanto, quase nada mudou de quase 30 anos pra cá. Os tratamentos desumanos continuam os mesmos", alega Laís.
O segundo recurso foi o de adotar uma linguagem de documentário ao filme. A câmera é "solta", jornalística, que passeia pelo ambiente em função do ator. A fotografia combina naturalismo e dramaticidade. "A intenção é dar ao espectador a sensação de que ele está flagrando um acontecimento cotidiano, banal, possível de estar acontecendo neste momento em sua rua", explica a diretora. Dispondo destes recursos, ficaram mais evidentes os principais conflitos da história: a violência silenciosa do sistema psiquiátrico brasileiro; a falta recíproca de entendimento entre pais e filhos; e a hipocrisia da sociedade brasileira diante das drogas.