Curitiba - Desde que surgiu em 1961, o Quarteto Fantástico nunca foi assim uma unanimidade e nem mesmo a paixão número um dos fãs de super-heróis. Sempre esteve ali, com personagens carismáticos, fases irregulares, no meio do caminho.
E, ''Quarteto Fantástico'', que chega aos cinemas de todo o país no dia 7 de julho, limita-se a apenas transpor os heróis da revista e divertir a jovem audiência, sem acrescentar coisa alguma às criações de Stan Lee e Jack Kirby.
Um dos grandes esforços dos roteiristas de adaptações de quadrinhos é revitalizar e contextualizar personagens e histórias para o século XXI. Afinal de contas, quando o Quarteto Fantástico foi criado, o homem sequer havia chegado à Lua, o que parecia algo como pensar em carros voadores hoje em dia.
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Assim, o que os escritores Mark Frost (Twin Peaks) e Michael France (Hulk e Justiceiro) fizeram? O que a maioria tem feito a respeito da criações da Marvel: recorreram ao universo ''Ultimate'', responsável por fazer a atualização dos personagens em revistas mensais, conhecidas no Brasil como ''Millenium'', editadas pela Panini.
Assim, o Quarteto Fantástico apresentado à nova audiência tem a seguinte a trama: o cientista Reed Richards (Ioan Gruffudd) toca um projeto que visa a descoberta dos segredos dos códigos genéticos humanos, a fim de revelar maneiras de salvar mais vidas, como a cura do câncer, por exemplo.
Para isso, ele parte com uma equipe para o centro de uma tempestade cósmica, financiado pelo industrial bilionário Victor Von Doom (Julian McMahon). Além dos dois, o grupo é formado pela diretora de pesquisas genéticas Susan Storm (Jessica Alba) e seu irmão, Johnny Storm (Chris Evans), que divide com Benjamin Grimm (Michael Chiklis) a missão de conduzir a nave espacial.
Como nem mesmo as mentes mais inteligentes do mundo, de Richards e Doom, previam com exatidão, a tempestade cósmica acabou chegando antes do tempo e atravessou a equipe com uma radiação incomum, que acaba transformando o DNA dos cinco tripulantes.
Richards assume forma maleável, Sue torna-se capaz de ficar invisível e de manipular campos de força, Johnny pode controlar chamas em seu corpo, Grimm vira uma rocha humana e Doom começa a se transformar em aço orgânico, um condutor elétrico.
A partir daí, espera-se um show de efeitos especiais, com o uso conjunto dos poderes que o tornam tão especiais. No entanto, o diretor Tim Story prefere dar profundidade aos personagens, que ainda assim continuam tão estereotipados quanto os originais.
A Mulher Invisível é a mulher forte e decidida por trás do Senhor Fantástico, inteligente mas pouco sensível. O Tocha Humana é impulsivo e teimoso, ao lado do Coisa, um coração solitário dentro da rocha. E, finalmente, Doom segue à risca os vilões corrompidos pelo poder, no entanto fica bem distante de sua sagaz contraparte de papel.
Veja então boas sacadas de humor, principalmente com o Tocha Humana, e muita briguinha interna, afinal de contas, conviver em família com pessoas superpoderosas pode ser um tanto complicado. As famosas frases ''em chamas!'', do Tocha, e ''tá na hora do pau!'', do Coisa, estão lá, mas nem assim empolgam tanto também.
Após a boa exibição de poderes na animação ''Os Incríveis'' (que obrigou a Fox a injetar alguns milhões a mais na batalha final do Quarteto Fantástico), esperava-se um pouco mais da atuação conjunta da equipe.
Ao final da exibição, tem-se a impressão de que a película tenta ser um pouco mais do que um filme adolescente da ''sessão da tarde'', algo que não consegue. Porém, pelo gancho no final do filme, espera-se algo melhor na sequência, que poderia ter o filho de Reed, Franklin Richards, o devorador de mundos Galactus, ou até mesmo o Surfista Prateado. Não custa sonhar.
Ah, sim, a sensual Jessica Alba estará em mais uma adaptação de quadrinhos no final do mês, em ''Sin City'', e a exemplo do que aconteceu nos filmes de X-Men, Homem-Aranha, Hulk e Demolidor, o criador Stan Lee também dá as caras em Quarteto Fantástico. Dessa vez como Willie Lumpkin, o carteiro oficial da equipe no edifício Baxter.
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