O ibope comprovou: enquanto esteve no ar, a sitcom brasileira ''Os Normais'' manteve exemplar regularidade de audiência, mostrando um público fiel e satisfeito com as amalucadas histórias semanais da dupla Rui (Luis Fernando Guimarães) e Vani (Fernanda Torres), hilário casal carioca classe média. Assim, se depender deste longo trailer e da empatia conquistada e estabelecida no decorrer da tripla temporada, as 225 salas brasileiras que exibem ''Os Normais'' em sua estréia, devem repetir os números dos mais recentes blockbusters nacionais, como ''Cidade de Deus'', ''Carandiru'', ''Lisbela e o Prisioneiro''.
Produzido pela poderosa grife Globo Filmes, ''Os Normais'' invadem o circuitão nacional com roteiro escrito pela mesma dupla - são casados - que criou a série, o publicitário Alexandre Machado e a escritora Fernanda Young. Para eles, obviamente a fórmula vitoriosa da série tinha que prevalecer, e o público vai reencontrar na telona a idéia de que ''a verdade da loucura vence''.
Segundo Alexandre, ''o filme tem a ideologia inicial que movia o programa, aquela de que ninguém é normal, e que se alguém se diz normal é porque está mentindo ou é louco. O que a gente quis mostrar é que há uma hipocrisia em torno de tudo, inclusive do casamento''. Fernanda, por sua vez, sentencia: ''A mensagem do filme é que a loucura dá certo. Acho que as mulheres doidas demais um dia vão dar valor a mim!''
A história de ''Os Normais'' no cinema remete ao tempo em que Rui e Vani estão prestes a se casar. Ela com Sergio (Evandro Mesquita), às seis da tarde, ele com Marta (Marisa Orth), às oito da noite, ambos na mesma igreja. Na sacristia, várias confusões, e depois dos casamentos, os casais descobrem que são vizinhos.
Vani descobre que foi traída por Sergio. Na rua, ainda possessa, encontra Rui e Marta. Mais confusão, quando Sergio descobre quem é a verdadeira Marta. Horas mais tarde, Rui e Vani voltam igreja para pedir a anulação dos respectivos casamentos. O padre não dá. E os dois então encontram soluções para seus casos. Românticas, mas nada normais.
Quem dirige ''Os Normais'' é José Alvarenga Junior, alguém com experiência em cinema desde sua estréia atrás das câmeras em dois filmes de Renato Aragão, em 1988. De lá para cá fez mais Trapalhões e depois Xuxa. Publicitário com larga experiência, entrou na Rede Globo pelas mãos de Daniel Filho, que o levou para trabalhar no seriado ''A Justiceira''. Em 98 voltou ao cinema com ''Zoando na TV'', com Angélica. Antes de ''Os Normais'', foi diretor geral de ''Mulher''.
O diretor viu muitas comédias românticas antes de dirigir ''Os Normais''. Segundo ele, para este filme reviu especialmente seis: ''Um Peixe Chamado Vanda'', ''Se Meu Apartamento Falasse'', ''Um Lugar Chamado Notting Hill'', ''Quatro Casamentos e Um Funeral'', e dois filmes da série ''Pantera Cor de Rosa''.