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O presente, em algum lugar do passado

Carlos Eduardo Lourenço Jorge - Folha de Londrina
23 jan 2007 às 17:21

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- Divulgação
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Das mãos do diretor Tony Scott e do produtor Jerry Bruckheimer, velhos parceiros de andanças testosterônicas, chega às telas do país o drama ''Déjà Vu'', argumento mirabolante a meio caminho entre realidade e ficção científica.

Quase todas as pessoas experimentaram algum dia esta sensação inexplicável de déjà vu, esta espécie de flash da memória que ocorre quando se conhece alguém e se sente que a pessoa já tinha sido vista antes. Ou se reconhece um lugar no qual teoricamente nunca se esteve. Mas o que aconteceria se estas sensações fossem advertências enviadas do passado como pistas para o futuro ?

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Em torno desta pergunta, deste artifício utilizado a título de argumento é que se debate o investigador Doug Carlin (Denzel Washington), às voltas com um problemático episódio que começa quando um ferry de Nova Orleans, lotado de marinheiros e passageiros, explode por conta de um atentado terrorista, matando mais de 500 pessoas.

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Doug chega ao local da tragédia. Astucioso, logo descobre vários indícios que o convencem que por trás do incidente está um autor sádico. Paciente, vai aos poucos armando o quebra-cabeças que custou tantas vidas.

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Mas quando descobre que um moderno sistema para conhecer o passado em uma dimensão paralela pode ser a solução para o caso, ele se vê atropelado por uma sucessão de elementos que indicam que a explosão da bomba ainda está por acontecer. Seu déjà vu o está traindo, e é preciso agir muito rapidamente para impedir que o passado se converta no presente.


Esta possibilidade de transitar fisicamente pelo passado e lá intervir para evitar um massacre no presente - algo assim como o pré-crime de ''Minority Report'' - resulta tão engenhosa quando complicada, sugestiva e absurda.

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O roteiro segue permanentemente as peripécias de Doug, que está a ponto de conseguir impedir o que ainda não ocorreu. Mas depois de algumas sequências iniciais de inegável solidez dramática, ''Déjà Vu'' vai afrouxando em seu intento de esclarecer o imbróglio no qual transitam o romance, algumas traições e um suspense até conduzido com certa eficiência, numa espécie de patchwork onde se entrecruzam ressonâncias de clássicos da ficção científica como ''A Máquina do Tempo'', ou clássicos da fórmula mistério-romance como ''Laura'' ou o próprio cult ''Em Algum Lugar do Passado'', além de um ou outro título hitchcockiano.


O diretor Tony Scott, irmão bem mais agitado e bem menos prendado de Rydley Scott, é sem dúvida um virtuoso da ação e do uso dos efeitos especiais, mas pouco dotado para controlar precisamente o tempo e a duração. Assim, acaba estendendo excessivamente um produto que não passa de puro entretenimento, por mais que jogue perversamente com a inevitável paranóia pós 11 de setembro.

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Em sua incontinência, em sua incapacidade de ir ao que interessa, Scott acaba tornando confuso o que de início havia conseguido explicar com clareza. Além de abandonar em parte a absorvente investigação dedutiva em favor da atração romântica entre Doug e uma das vítimas, interpretada pela atraente Paula Patton.


Filmado em cores gélidas e secas, às quais se acrescentam incômodos zooms e constantes vibrações de câmera, ''Déjà Vu'' vai cativar o público disposto a passar um par de horas entre explosões, carros que voam pelos ares e uma trama novelesca no melhor estilo Michael Crichton, à qual deve-se prestar muita atenção para que ninguém se perca no labirinto de interrogações. Apesar do tamanho da inverossimilhança, deve-se ressaltar a desenvoltura com que são oferecidas as explicações científicas sobre o tema dos universos paralelos.

Está na hora de Denzel Washington pensar em necessária correção de curso. Seus personagens andam à beira da mesmice e da saturação, com aquela imagem de amável-bonzinho de sempre, já um tanto anódina. Anda interpretando a sim mesmo, e daí à caricatura o caminho é curto.


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