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O peso da dúvida

Katia Michelle Pires - Folha de Londrina
25 nov 2005 às 18:37

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Bill Murray vive um personagem apático, mas que reage ao saber que pode ter tido filho com uma ex-namorada - Divulgação
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Nada pode corroer tanto um homem quanto a dúvida. Seja relacionada à morte, à possibilidade da traição ou à conquista de alguém ou alguma coisa. Don Johnston é um cara que quer acabar com uma dúvida que o persegue e desvandar um mistério que pode dar novo rumo à sua vida.

Em ''Flores Partidas'', do diretor Jim Jarmusch, o personagem é vivido por Bill Murray, que cada vez mais se distancia das comédias e filme sessões-da-tarde para embarcar em projetos audaciosos e quase independentes.

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Nessa nova empreitada do diretor, que também assina o roteiro, o papel foi escrito praticamente para o ator, que dividiu o set de filmagem com beldades como Sharon Stone, Jessica Lange, Julie Delpy e Chloë Sevigny.

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Johnston é um solteirão convicto, que na casa dos 50 está vivendo mais uma separação de uma de suas namoradas. O motivo, Sherry (Julie Delpy) acusa: seria a sua incorrígivel síndrome de Don Juan. E Don, com seu indefectível e inseparável agasalho com listras, assiste à separação como assiste aos filmes e desenhos antigos na televisão: estático e apático.

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Nada parece motivar esse homem. Até que ele recebe um carta anônima de uma ex-namorada. Na carta, a mulher diz que eles tiveram um filho, que estaria com 19 anos, e provavelmente embarcou numa viagem em busca do pai.


A reação à carta, assim com as reações do personagem ao longo dos acontecimentos, não é imediata. Mas o amigo e vizinho Winston (Jeffrey Wright), que tem uma queda por jogos de detetives e romances policiais resolve ajudar Johnston a encontrar a mulher que escreveu a missiva.

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Depois de uma lista escrita pelo destinatário, ele descobre o endereço das possíveis remetentes. Também reserva as passagens, os carros de aluguel e traça o mapa das casas onde possivelmente elas estão morando. Tudo porque, com a personalidade catatônica do amigo, dificilmente ele faria alguma coisa.


Mas Johnston faz. E começa uma longa viagem pelos Estados Unidos em busca de quatro ex-namoradas, possíveis mães para o seu suposto filho. Mais do que isso, ele começa a enxergar em cada jovem na casa dos 20 anos uma possibilidade de interação. Ou de mudança.


E essa possibilidade, sem respostas, parece motivar o longa de Jarmusch, que faz com que espectador assuma o mesmo sentimento de dúvida que o protagonista. E dá a deixa da solução, na própria fala do solteirão convicto, quando este arrisca um papo filosófico: ''O passado se foi. O futuro não está aqui e não posso controlá-lo. Então, acho que é só o presente''.

Além do roteiro, e das performances impecáveis dos atores, ''Flores Partidas'' tem um outro trunfo: a música. A trilha resgata o etíope Mulatu Astatke e suas coletâneas de jazz gravadas entre o final da década de 60 e começo de 70. São apenas três músicas do compositor, mas que conseguem prencher o longa no tempo perfeito.


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