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O clássico sem cortes

Andrea Nunes
15 mar 2001 às 11:34

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Linda Blair em cena: garota aterrorizou multidões - divulgação
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O motivo pelo qual "O Exorcista" é considerado um clássico do gênero de terror se deve à uma cooperação entre direção, roteiro e interpretação, cada uma dessas partes oferecendo o melhor de si para juntos culminarem em uma produção genial. Um clima místico sempre envolveu o filme de William Friedkin, diretor de "Operação França".
De tão copiado, surpreende ver que o filme não parece envelhecido mesmo após quase 30 anos. É inegavelmente um marco na história do cinema de terror. De 1973 para cá, uma infinidade de títulos do gênero foram lançados, mas poucos foram capazes de unir todos os elementos cruciais de um filme de forma tão bem orquestrada e que atraísse tantos admiradores no mundo todo.
O mais importante em "O Exorcista" não é o terror em si, pelo menos não como o gênero é visto hoje. Afinal de contas, na época o diretor não dispunha de efeitos especiais criados com o auxílio da computação gráfica. Se a história não fosse bem escrita e dirigida, não haveria ketchup ou pudim de limão o suficiente que salvasse a produção do fracasso total. Partindo desse problema, Friedkin e o roteirista William Peter Blatty (que ganhou o Oscar por esse filme) criaram um drama ao mesmo tempo tocante e assustador.
"O Exorcista" foi baseado em fatos reais que aconteceram a Roland, um garoto de 13 anos, em 1949 na cidade de Maryland, Washington D.C., EUA. O enredo, que também se passa em Washington, tem mais semelhanças do que diferenças com a história do menino possuído por um espírito maligno que teve de ser exorcizado para voltar a viver normalmente. A diferença está na personagem principal, que no filme é uma criança de 12 anos, interpretada por Linda Blair ("Pânico").
A mãe, uma atriz bem-sucedida, supera o ceticismo na tentativa de salvar sua filha. E o padre que entra em cena para ajudá-las é um brilhante psiquiatra que luta contra seus conflitos e incertezas pessoais pela sua devoção a Deus. Jason Miller ("O Exorcista 3"), que atua como o padre Damien Karras, foi uma revelação na época, pois esse foi seu primeiro papel no cinema. Ellen Burstyn ("Colcha de Retalhos" e "Tudo por Amor") tem uma performance evidentemente honesta como a mãe da menina possuída. Linda Blair, aos 12 anos de idade, mostra uma experiência digna de uma veterana com uma bela e convincente interpretação.
"O Exorcista" versão 2001 traz onze minutos a mais de duração, exibindo umas poucas cenas que não entraram na versão lançada na década de 70. Depois de 28 anos, o diretor William Friedkin, pode reafirmar a importância de sua maior criação: um grande exemplo de como se faz um bom filme de terror.
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