''Gêmeos - Mórbida Semelhança''. Não, não se trata de um remake do intrincado, mórbido drama psicanalítico de David Cronemberg com Jeremy Irons, realizado em 1988. Os gêmeos neste caso são os diretores Danny Pang e Oxide Pang, nascidos em Hong Kong, radicados por muitos anos na Tailândia e agora dando seu segundo salto internacional com ''Os Mensageiros''. O primeiro foi ''The Eye'', terror de alcance considerável. O que o espectador tem aqui, é bom atentar, é antes um caso de gemealidade do que de genialidade.
Compartilhando roteiros e direção, um pouco ao estilo dos irmãos americanos Joel e Ethan Coen, esta dupla oriental se inclui na chamada nova onda do horror asiático, e com certeza se nutrem do estilo de Hideo Nakata (O Chamado/The Ring) e Takashi Shimizu (O Grito/The Grudge). O resultado dos Pang em ''Os Mensageiros'' é aceitável, se bem que a trama segue religiosamente os cânones deste tipo de filme. Quem andar em busca de novidades deve sair da escuridão - do filme e da sala de projeção.
Os Salomon, Roy e Denise, são um casal com dois filhos, a adolescente Jess e o pequeno Ben. A garota carrega nas costas uma tragédia que a família quer esquecer. Saem todos de Chicago e se mudam para uma granja velha e idílica em Dakota.
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E em meio ao suave ondular das plantações de girassóis, a adolescente se dá conta de que esta tranquilidade pode bem ocultar alguma coisa sinistra, revelada quando os dois irmãos percebem arrepiantes aparições que somente eles podem ver. E que têm ligações óbvias com o tal passado trágico.
Claro que são fantasmas, a princípio insinuantes, mas que logo partem para a violência física contra Jess. Como se nota, nada de novo nas trevas: família encantadora, casa isolada, aparições só para os menores, pais incrédulos, nenhuma originalidade em seu andamento.
Com sentido de ritmo adequado e intriga dosificada como manda o figurino, os Pang fizeram um filme assentado sobre sólidas (e alheias) bases que prevêem, entre outros elementos já sabidos: fenômenos paranormais, criaturas horripilantes, rangidos de portas e janelas, sustos previsíveis.
O elenco é até bem bonzinho, e quem lidera aqui é a jovem atriz Kristen Stewart, de eficiência já comprovada em ''O Quarto do Pânico'' e ''Zathura''. Há uma homenagem explícita ao Hitchcock de ''Os Pássaros'', o que felizmente não é um insulto à fonte.
Para os fanáticos do gênero, estes pouco mais de 80 minutos devem satisfazer. Para os mais exigentes, porém, que tal passar na locadora e recuperar, por exemplo, a finesse do ''Iluminado'' de Kubrick ou de tantos outras fantasmagorias que boa estirpe?