Estreias

Jason Bourne volta às telas em 'A Supremacia Bourne'

24 set 2004 às 17:24

Vem mais Bourne por aí. Lançado há dois anos sem grandes ambições, o primeiro filme, ''A Identidade Bourne'', foi um hit quase instantâneo, e ao final de sua permanência nos cinemas americanos tinha faturado U$ 120 milhões.

''A Supremacia Bourne'', esta segunda história que estréia em circuito nacional, já chegou aos 170 milhões de dólares em dois meses de exibição, apenas no mercado USA. Como o escritor best-seller Robert Ludlum escreveu uma trilogia com o personagem Jason Bourne, é só uma questão de (pouco) tempo até que ''O Ultimato Bourne'' chegue às telas.


Na bem aceitável entrega inicial da série, dirigida por Doug Liman, o anti-herói Jason Bourne corria, batia e apanhava muito durante frenético tour europeu, tentando recuperar a memória e descobrir quem de fato ele era.


A resposta não foi das melhores um impiedoso assassino envolvido com sinistras tramas da CIA. Enquanto se livrava de agentes secretos, caía de amores por uma providencial, desconhecida e intrépida companheira de viagem. Os dois terminavam juntos, e felizes.


''A Supremacia Bourne'' arranca com o casal ainda unido, mas logo em seguida às voltas com intrigas internacionais que vão aos poucos compondo o que ainda permanecia obscuro no quebra-cabeça de Bourne.


Diferentes, mas muito parecidos. A estrutura deste ''The Bourne Supremacy'', agora a cargo de Paul Greengrass, está muito próxima daquela armada para narrar o filme anterior.


O argumento focaliza o personagem-título ainda confuso com sua identidade truncada, e uma vez mais obrigado a rebuscar no passado os motivos que justifiquem a sentença de morte que aplicaram a ele no presente.


Essas nebulosidades profissionais e existenciais chegam ao público bem amarradas em envoltório carregado de sequências de suspense um pouco acima da média, com consequentes doses de ação distribuídas ao longo do filme não falta o tradicional racha mortal, desta vez nas ruas de Moscou.


Como se vê, nada de novo no esquema que se repete, inclusive o fato de que o veloz e ruidoso roteiro de Tony Gilroy se nutre mais de aparências do que de conteúdo.


Matt Damon se deu bem na pele de Jason Bourne. Ele encarna com precisão esta figura meio emblemática de uma era turva, este ser meio patético ao buscar explicações para um caos mundial contemporâneo que não se explica por absurdo, apenas se constata.

A frieza do ator é exemplar para a captação da programada desumanidade de seu personagem, máquina de matar, no entanto ainda capaz de redescobrir a afetividade. A lamentar a trilha musical de John Powell, com frequência pressionando e espremendo diálogos e ruídos de cena.


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