Se depender de "Dr. T. e as Mulheres", Richard Gere ("Outono em Nova York") pode dar adeus à sua carreira de galã romântico. O filme é decepcionante graças a uma desonesta jogada de marketing. Quem vai ao cinema esperando uma comédia romântica sai da sessão ou achando que foi enganado ou que o filme poderia - tirando-se os traços preconceituosos e os exageros - ser um ótimo drama. Como não é, vamos tomar a primeira hipótese: a de que o espectador está sendo enganado.
Todas as mulheres que vivem ao redor de Dr. T. - um requisitado ginecologista - são malucas. Todas têm problemas, ou não são amadas, ou amadas demais, ou procuram não demonstrar a carência afetiva. Lá pelas tantas, a esposa do médico, Kate (Farrah Fawcett), elouquece e acaba internada num hospício. A filha mais velha, Dee Dee (Kate Hudson, indicada ao Oscar 2001 por "Quase Famosos"), está prestes a se casar quando ele fica sabendo que a garota é lésbica. A filha mais nova, Connie (Tara Teid), é a portadora da notícia e fica meio confusa com a novidade. A cunhada dele têm três filhas pequenas e vive bêbada. A secretária Carolyn (Shelley Long, do seriado "Cheers") está apaixonada por ele em segredo e ele ainda tem que conviver com um bando de pacientes neuróticas em seu consultório em Dallas, Texas (a mal vista região dos Estados Unidos, leia-se: todas as texanas são caipiras deslumbradas e peruas mal resolvidas).
Eis que para salvar este pobre homem, como que mandada pelo céu, surge a técnica de golfe Bree (Helen Hunt, de "Do que as Mulheres Gostam"). Surpresa: ela não é da cidade! Bree é uma mulher independente, que sabe o que quer, diferente de todas as que ele conheceu. Claro que o médico cai de amores por ela.
O elenco até que tentou levantar o astral do filme, mas com um roteiro pesado desses, nem se fosse içado. A verdade é que o veterano diretor Robert Altman (de "O Jogador" e "A Fortuna de Cookie") tentou promover uma sátira à crise das famílias de classe alta da América, uma espécie de "Beleza Americana" (o vencedor do Oscar 2000) com humor. Só que deve ter sido mal interpretado pela produtora. Richard Gere cercado de mulheres? Só vai vender se for comédia romântica.
No Brasil, "Dr. T. e as Mulheres" será facilmente classificado como um filme ruim e mais um fracasso de bilheteria na carreira de Richard Gere, que precisa urgentemente escolher melhor os seus roteiros. O personagem dele é um incompreensivo e antipático machão que se acha perfeito. Tudo do que as mulheres não gostam. "Dr. T." pretende comprovar dois velhos clichês: "os homens são sempre vítimas do complicado universo feminino" e "nenhum homem é capaz de entender as mulheres". Dependendo de como se pretende fazê-lo, é melhor nem tentar.
Todas as mulheres que vivem ao redor de Dr. T. - um requisitado ginecologista - são malucas. Todas têm problemas, ou não são amadas, ou amadas demais, ou procuram não demonstrar a carência afetiva. Lá pelas tantas, a esposa do médico, Kate (Farrah Fawcett), elouquece e acaba internada num hospício. A filha mais velha, Dee Dee (Kate Hudson, indicada ao Oscar 2001 por "Quase Famosos"), está prestes a se casar quando ele fica sabendo que a garota é lésbica. A filha mais nova, Connie (Tara Teid), é a portadora da notícia e fica meio confusa com a novidade. A cunhada dele têm três filhas pequenas e vive bêbada. A secretária Carolyn (Shelley Long, do seriado "Cheers") está apaixonada por ele em segredo e ele ainda tem que conviver com um bando de pacientes neuróticas em seu consultório em Dallas, Texas (a mal vista região dos Estados Unidos, leia-se: todas as texanas são caipiras deslumbradas e peruas mal resolvidas).
Eis que para salvar este pobre homem, como que mandada pelo céu, surge a técnica de golfe Bree (Helen Hunt, de "Do que as Mulheres Gostam"). Surpresa: ela não é da cidade! Bree é uma mulher independente, que sabe o que quer, diferente de todas as que ele conheceu. Claro que o médico cai de amores por ela.
O elenco até que tentou levantar o astral do filme, mas com um roteiro pesado desses, nem se fosse içado. A verdade é que o veterano diretor Robert Altman (de "O Jogador" e "A Fortuna de Cookie") tentou promover uma sátira à crise das famílias de classe alta da América, uma espécie de "Beleza Americana" (o vencedor do Oscar 2000) com humor. Só que deve ter sido mal interpretado pela produtora. Richard Gere cercado de mulheres? Só vai vender se for comédia romântica.
No Brasil, "Dr. T. e as Mulheres" será facilmente classificado como um filme ruim e mais um fracasso de bilheteria na carreira de Richard Gere, que precisa urgentemente escolher melhor os seus roteiros. O personagem dele é um incompreensivo e antipático machão que se acha perfeito. Tudo do que as mulheres não gostam. "Dr. T." pretende comprovar dois velhos clichês: "os homens são sempre vítimas do complicado universo feminino" e "nenhum homem é capaz de entender as mulheres". Dependendo de como se pretende fazê-lo, é melhor nem tentar.