Ao abrir uma enciclopédia na letra G pra encontrar o verbete 'Gótico', nos deparamos com as seguintes explicações: 1. de ou relacionado a um estilo arquitetônico que reflete a influência do Gótico medieval; 2. de ou relacionado a um estilo de ficção caracterizado pelo uso de ambientes inóspitos, remotos e macabros, incidentes misteriosos e violentos. Com certeza toda certeza o diretor Mathieu Kassovitz baseou-se nesta última na hora de batizar seu novo filme, que estréia nos cinemas, estrelado pela já consagrada atriz Halle Berry.
'Gothika', que no Brasil ganhou o subtítulo 'Em Companhia do Medo' segue a linha de filmes de terror e suspense psicológico atuais, fazendo parte da mesma escola do diretor M. Night Shiamalan (de 'O Sexto Sentido', 'Corpo Fechado' e 'Sinais'). Só para fazer uma conexão, a personagem de Halle Berry também vê gente morta, assim como o garoto de 'O Sexto Sentido'.
Ela vive a Dra. Miranda Grey, uma brilhante e respeitada psicóloga do departamento de psiquiatria da Penitenciária Feminina Woodward, administrado por seu marido (Charles Dutton). Sua linha de estudo é ponderada no racional, no lógico, no que é sano. Obviamente ela não mantém boas relações com seus pacientes que sofrem de distúrbios graves e perigosas, como Chloe (Penélope Cruz), uma assassina extremamente carismática cujas confissões de torturas satânicas são consideradas pela médica como sendo frutos de devaneios psicóticos de uma mente paranóica.
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No entanto, a vida (ou seria a morte?) lhe obriga a rever seus conceitos quando num certo dia Miranda acorda no sanatório do presídio vestida como uma das detentas. O último fato de que ela se lembra ao acordar foi de ter encontrado uma enigmática jovem com terríveis ferimentos, chorando em uma ponte. O pior era a parte da história apagada da memória: seu marido havia sido assassinado e as evidências do crime apontam diretamente para ela.
Cada vez mais perturbada com tudo isso, Miranda passa a ver alucinações com a imagem da garota que sangrava na ponte. Começa até a cogitar uma possível possessão demoníaca. Seus até então colegas de profissão a consideram louca. Sem contar com a ajuda de ninguém, ela mesma terá que lutar para fugir do manicômio e buscar as respostas para explicar toda esta história.
O terror e o suspense são usados de forma moderada no filme, porém com bastante eficiência. Imagens com distorção, movimentos rápidos de câmera e filme rodando ao contrário são alguns dos elementos utilizados para as cenas de alucinações e flashbacks, que aliás, são algumas das melhores do filme. No fim das contas, 'Gothika' não é um filme que (imagino) vá marcar história no estilo como 'O Sexto Sentido' e 'Os Outros', mas é é eficiente e funciona como um bom filme de suspense.