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'Era Uma Vez no México' fecha trilogia

Carlos Eduardo Lourenço Jorge
31 out 2003 às 17:24

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Antonio Banderas volta às telas como ‘mariachi’ no filme que firma o divórcio entre a narrativa lógica e o disparate - Divulgação
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Bem dentro do espírito do filme, eles passaram como um furacão pelo Festival de Veneza, há dois meses. E a idéia era esta mesma, em apenas dois dias sacudir a mídia e ganhar a maior ressonância mundial possível, às vésperas do lançamento comercial.

O diretor Robert Rodriguez e os atores Antonio Banderas, Johnny Depp e Salma Hayek foram à Itália mostrar fora de competição este ''Era Uma Vez no México'', em cartaz em todo o Brasil. Na entrevista coletiva, Rodriguez disse que o filme era uma declarada homenagem a seu diretor preferido, Sergio Leone.

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''Quanto mais eu filmo, mais me convenço de que Leone era o maior de todos. 'El Mariachi' é o meu 'Por Um Punhado de Dólares', 'Desperado', o meu 'Por alguns Dólares a Mais'. Era tempo de fazer um filme coral, épico, e chamá-lo 'Era Uma Vez no México'. Quem me deu a idéia foi Tarantino'', disse ele.

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Bem, não custou tentar. Na verdade custou pouco mesmo, cerca de 30 milhões de dólares, pouco se comparado aos blockbuster do cotidiano de Hollywood, mas uma exorbitância diante do orçamento insignificante que Rodriguez gastou em sua estrondosa estréia, há exatos dez anos.

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Em 1993, então com 25 anos, o ex-estudante da Universidade do Texas decidiu se lançar como diretor, e com apenas 7 mil dólares fez ''El Mariachi'', narrando as aventuras e desventuras de um solitário vingador. O filme, que não escondia a paixão de Robert Rodriguez pelos ''western spaghetti'' de Sergio Leone, correu mundo favorecido por um sopo de originalidade, principalmente por uma narrativa original.


Depois dos prêmios, a fama repentina cobrou seu preço: Rodriguez foi espremido pela máquina hollywoodiana, que cobrou dele uma continuação.

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Nascia assim, em 1995, a sequela ''Desperado'', acrescentando ao projeto original, além de alguns milhões de dólares, um elenco mais estelar, à base de Antonio Banderas e Salma Hayek. O resultado, embora não inteiramente desprezível, foi desprovido de brilho e ficou longe da novidade que representou ''El Mariachi''.


Agora, como fecho da trilogia, surge este ''Era Uma Vez no México'', que repete a inexpressiva performance do título anterior sem ser obrigatoriamente descartável. Não se pode, a rigor, chamar os três filmes de 'saga''.

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Aqui o mítico mariachi (Antonio Banderas, descaradamente over e ainda cantando), com a guitarra dentro do estojo que esconde um outro instrumental-arsenal, chega a um povoado à beira de confronto civil.


Atormentado por dolorosas lembranças - a mulher e a filha foram assassinadas com requintes -, ele se vê obrigado a deixar a inatividade quando um agente da CIA (Johnny Depp, ainda mais delirante do que na pele do pirata) o recruta para impedir o atentado que pretende liquidar o presidente mexicano, alvo de um poderoso cartel de narcotraficantes. O solitário e anônimo mariachi aceita a missão, e com dois amigos deverá criar uma estratégia para salvar o presidente.

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Diante de filmes como ''Once Upon a Time in México'' pode-se utilizar, discretamente, a classificação ''entretenimento'', sem conotação pejorativa. Não que a platéia encontre grandes motivos para se divertir - é até provável que as filmagens tenham sido bem mais agradáveis que o resultado que se vê na tela.


O que se assiste é o divórcio entre a narrativa lógica e o disparate, com evidente supremacia deste último. A aventura caminha entre situações inverossímeis, mas praticamente se livra da descrença do espectador pelo uso da uma câmera sempre inquieta e acrobática (video digital de alta definição, com excelentes resultados), que acaba camuflando a insipidez da trama - se alguém, por acaso, se importar com isso.


Rodriguez, um factótum que só não lava a roupa da equipe - escreve o roteiro, dirige, compõe a trilha, edita, desenha a produção, ilumina, fotografa e supervisiona os efeitos especiais -, é sem dúvida um autor a desafiar a intelectualizada teoria do autor.

E, de um ponto de vista enviesado, mesmo sem confirmar a promessa que representou há uma década, ele consegue colocar no mercado produtos mais interessantes (é dele também a recém-concluída trilogia ôspy Kids") do que a desova hollywoodiana em série.


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