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De anjinhos elas não têm nada

Andrea Nunes
15 mar 2001 às 17:22

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As atrizes Cameron Diaz, Drew Barrymore e Lucy Liu são as representações atualizadas das três detetives boas de briga da série Charlie’s Angels, interpretadas pelas veteranas Farrah Fawcett, Jaclyn Smith e Kate Jackson, que viraram ícones da era disco.
Na versão ano 2000, assim como em outros filmes sobre séries de TV, o roteiro de As Panteras faz piada de si mesmo e o objetivo principal é mostrar o quão duronas, sexy e incríveis as três super-mulheres são.
Diaz, Barrymore e Liu são o retrato moderno do time de habilidosas combatentes do crime que parecem capazes de fazer qualquer coisa, menos ter uma vida normal. Sua última chamada de rotina envolve o resgate de um gênio da computação, cuja tecnologia está a ponto de cair nas mãos erradas. É claro que o bicho pega no meio do caminho e as meninas nada angelicais têm que usar de seus talentos para salvar o dia.
Meio bobo e totalmente sem originalidade, o filme acaba se salvando com algumas tiradas cômicas protagonizados por Bill Murray (O Homem Que Sabia de Menos) no papel de Bosley, o supervisor das garotas. Das três, a mais engraçada e a que mais convence nos momentos de ação é Lucy Liu (O Troco), uma atriz que vem ganhando reconhecimento e prestígio no papel da advogada que não tem papas na língua, Ling Woo, na série do canal Fox, Ally McBeal.
Cameron Diaz (Quem Vai Ficar Com Mary?) não chega a desapontar representando um papel que lhe permite brincar com sua visão do que é ser ‘loira burra’. Enquanto a também produtora Drew Barrymore (Nunca Fui Beijada), uma atriz irregular quando se trata de comédia, parece à vontade na pele de Dylan, principalmente porque a personagem é a cara dela.
O atores coadjuvantes, que se mostram mais inspirados que o elenco principal, também não deixam a desejar e reservam boas surpresas com ótimas atuações como as de Sam Rockwell (À Espera de Um Milagre), Crispin Glover (De Volta para o Futuro) e Kelly Linch (Drugstore Cowboy).
O diretor estreante McG, mais um ex-diretor de vídeoclipes, empresta o estilo de muitos filmes recentes. As similaridades mais óbvias vêm de Matrix, em cenas que permitem às heroínas e aos vilões desafiarem as leis da física em várias ocasiões. Todas cenas de luta, apesar de pura cópia, são espetaculares e bem coreografadas, com exceção de uma em particular envolvendo a atriz Drew Barrymore quase no final do filme.
O espectador pode pensar que com todo o aparato tecnológico para a realização do filme, toda uma preocupação estética, todos aqueles belos efeitos especiais, a produção poderia ao menos dar a ilusão de que os chutes de Barrymore realmente atingem os rapazes que dividem a cena com ela.
Enfim, um filme que não acrescenta em nada, mas não se pode negar, é divertido. Estupidamente divertido. E aguarde uma futura seqüência, certamente ela virá.
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