Em meio a jogos de baralho e papos sobre a vida alheia, um grupo de idosos moradores do bairro mais famoso do Brasil relembra os bons tempos que não voltam mais. Esta é a essência de "Copacabana", o novo filme de Carla Camuratti. A diretora que marcou o renascimento do cinema nacional com "Carlota Joaquina" lança agora mais um filme com Marco Nanini no papel principal. Ele é o fotógrafo Alberto, eterno boêmio às vésperas de completar 90 anos. Apesar de não querer comemorar a data, seus amigos preparam uma festa para ele.
O grande destaque de "Copacabana" é a interpretação de Nanini, convincente pra caramba. Sua versatilidade e intimidade com a câmera já são conhecidas, e aqui não é diferente: ele anda, sorri e fala como um nonagenário. Seu personagem cativa logo de cara. Mas todo o seu esforço vai por água abaixo quando há um close: por mais que faça bem o seu papel, fisicamente ele não aparenta ter 90 anos. Não que isso seja um problemão, mas que ficou um pouco forçado, ficou.
O elenco, que inclui a presença da transexual Rogéria, até que segura a onda. São veteranos do cinema, tv e teatro nacional. Laura Cardoso, competente como sempre, rouba as cenas mais engraçadas do filme e prova que poderia ser convocada mais vezes para fazer papéis cômicos no cinema. No fim das contas, apesar de simpática, a abordagem da velhice tromba como uma caracterização extremamente estereotipada dos personagens secundários. Culpa do roteiro, não dos atores.
Outro problema de "Copacabana" é que o filme abusa um pouco da escatologia em troca do riso fácil. Cenas de ejaculação e masturbação estão muito mal encaixadas no roteiro, e o pior, sem a menor necessidade. No quesito apelação, os mil palavrões proferidos em "A Partilha" faziam muito mais sentido porque tornavam os diálogos mais coloquiais e, no fim das contas, eram adequados aos personagens. Em "Copacabana", as cenas são abusivas porque não têm nada a ver com a história, apenas reforçam a idéia de que filme brasileiro sem sacanagem não é filme brasileiro. Uma pena, uma pena.
Apesar das falhas, há também muitos méritos no filme. O principal é o clima leve, saudosista e romântico da abordagem do bairro que é um verdadeiro símbolo brasileiro. O tema da velhice pode até não parecer muito atraente, mas não precisa ter medo: "Copacabana" é um filme alto astral e otimista. E, afinal, é uma das únicas alternativas para quem quer fugir dos sucessões do verão americano que nessa época do ano entopem todos os cinemas.
O grande destaque de "Copacabana" é a interpretação de Nanini, convincente pra caramba. Sua versatilidade e intimidade com a câmera já são conhecidas, e aqui não é diferente: ele anda, sorri e fala como um nonagenário. Seu personagem cativa logo de cara. Mas todo o seu esforço vai por água abaixo quando há um close: por mais que faça bem o seu papel, fisicamente ele não aparenta ter 90 anos. Não que isso seja um problemão, mas que ficou um pouco forçado, ficou.
O elenco, que inclui a presença da transexual Rogéria, até que segura a onda. São veteranos do cinema, tv e teatro nacional. Laura Cardoso, competente como sempre, rouba as cenas mais engraçadas do filme e prova que poderia ser convocada mais vezes para fazer papéis cômicos no cinema. No fim das contas, apesar de simpática, a abordagem da velhice tromba como uma caracterização extremamente estereotipada dos personagens secundários. Culpa do roteiro, não dos atores.
Outro problema de "Copacabana" é que o filme abusa um pouco da escatologia em troca do riso fácil. Cenas de ejaculação e masturbação estão muito mal encaixadas no roteiro, e o pior, sem a menor necessidade. No quesito apelação, os mil palavrões proferidos em "A Partilha" faziam muito mais sentido porque tornavam os diálogos mais coloquiais e, no fim das contas, eram adequados aos personagens. Em "Copacabana", as cenas são abusivas porque não têm nada a ver com a história, apenas reforçam a idéia de que filme brasileiro sem sacanagem não é filme brasileiro. Uma pena, uma pena.
Apesar das falhas, há também muitos méritos no filme. O principal é o clima leve, saudosista e romântico da abordagem do bairro que é um verdadeiro símbolo brasileiro. O tema da velhice pode até não parecer muito atraente, mas não precisa ter medo: "Copacabana" é um filme alto astral e otimista. E, afinal, é uma das únicas alternativas para quem quer fugir dos sucessões do verão americano que nessa época do ano entopem todos os cinemas.