Curitiba - O tão aguardado V de Vingança chega aos cinemas brasileiros no dia 7 de abril. Polêmico, o longa que discute a liberdade e medidas extremas em um regime opressor, leva ao cinema a trajetória de um terrorista contra uma Inglaterra totalitária.
Escrito em 1981 e finalizado em 1988, por Alan Moore, ao lado do ilustrador David Lloyd, a trama não poderia ser mais atual e adequada, especialmente devido à pretensa ''guerra'' de George W. Bush contra o terrorismo. O filme causou revolta em uma parcela conservadora dos Estados Unidos, indignada ao ver mais torres sendo detonadas em prol da anarquia proposta por V, que encontrou no caos do sistema a única solução para recuperar a liberdade e a dignidade do povo.
Interessante, não? Claro, e aí vão algumas razões pelas quais o filme deve ser tão legal quanto a história em quadrinhos de Moore e Lloyd. E não esqueçam as palavras de V, uma homenagem ao conspirador Guy Fawkes: ''Remember, remember... The Fifth of November!''
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1. Fidelidade: Os irmãos Wachowski e o diretor estreante James McTeigue prometeram levar ao cinema uma adaptação bem próxima dos livros de Moore e Lloyd. Algumas imagens prévias já mostraram que sequências saíram diretamente dos quadrinhos e, graças aos deuses da Nona Arte, a identidade de V, o protagonista, seguirá como um mistério, o que é uma das coisas mais legais da obra original.
2. Contribuição: A primeira pergunta que os fãs fazem quando chegam novas adaptações é "o que isso vai contribuir para a obra original?" Nesse caso, o impacto da imagem e do som em movimento pode tornar sequências criadas originalmente em um formato cinematográfico em quadrinhos ainda mais interessantes (como as investidas de V contra os oponentes e um capítulo em que o anti-herói toca uma música enquanto eventos acontecem). À primeira vista, a maior contribuição é visual. Nos álbuns, o regime opressor sugerido pelos autores não é graficamente tão perceptível e no filme esse clima 1984, de George Orwell, é bastante visível.
3. Reflexão: A paisagem é futurista, uma realidade alternativa em que a Inglaterra é contaminada por pessoas que usam do poder para minar as ações do povo em prol de uma nação corrupta, composta por gente que perdeu a referência sobre liberdade. A manipulação, os discursos vazios, a desculpa de eliminar os adversários em busca da ''paz mundial''... Esse ''mundo paralelo'' não parece tão diferente do nosso, não?
4. Aprovação: Tudo bem, Alan Moore não quer saber de V de Vingança no cinema. Mas o escritor tem motivos de sobra. Vem de um longo litígio com a DC Comics sobre direitos autorais e A Liga Extraordinária, outra grande obra sua, tornou-se um patético filmeco sobre super-heróis de terceira. Perguntado sobre o filme, o autor chamou os roteiristas de burros, que teriam feito uma história ''cheio de buracos''. Simpatia nunca foi o forte do criador de V de Vingança e, nesse caso, preferimos o depoimento do ilustrador David Lloyd, que aprovou a adaptação. O desenhista disse que foi consultado pela produção e afirmou, após ver o resultado, que o visual seguiu de perto sua idéia original.
5. Portman: Ah, Natalie Portman. Um colírio para os olhos, mesmo careca. Nisso até as garotas concordam. A atriz, uma das mais promissoras de sua geração, deve dar ainda mais profundidade para Evey, a coadjuvante da história. Segundo a beldade, em entrevista recente, sua versão da personagem não será tão inocente quanto à contraparte de papel, já que a evolução para mulher forte em apenas duas horas de exibição não seria tão convincente. Além de linda, é também inteligente.
Bem, o tão aguardado momento, nunca realizado por Guy Fawkes no dia 5 de novembro, finalmente chegou. Se não sabe do que estou falando, prepare-se para descobrir muito mais sobre si mesmo e a liberdade do que qualquer governo gostaria que você soubesse. E saiba porque deveria temer quando ouvir a frase: ''Inglaterra Triunfa!''
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