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Chega aos cinemas 'Entrando Numa Fria Maior Ainda'

Carlos Eduardo Lourenço Jorge - Folha de Londrina
28 jan 2005 às 11:25

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- Divulgação
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A história de ''Entrando Numa Fria'' não comportava uma sequência, mas o sucesso inesperado que estourou bilheterias certamente autorizava uma retomada do tema.

Os produtores estavam certos: depois dos 166 milhões de dólares arrecadados com o primeiro título, só nos Estados Unidos, já rendeu U$ 250 milhões em apenas 5 semanas de exibição. Já se fala até em ''Baby Focker''...

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''Entrando Numa Fria Maior Ainda'' é uma comédia agradavelmente divertida em que nosso patético herói, Gaylord Focker (Ben Stiller), tem agora que suportar a agonia causada pelo encontro entre os sogros formais (Robert De Niro é o ''mala'' Jack Byrnes, o paranóico ex-agente da CIA, vocês se lembram) com seus pais nada convencionais - o ultraliberal Bernie Focker (Dustin Hoffman), advogado que trocou a profissão para curtir a vida doméstica, e a exuberante Roz Focker (Barbra Streisand), terapeuta sexual de aposentados.

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Os dois vivem o ''flower power'' neste novo século. E para infernizar aquele gato esnobe da família de De Niro, os Focker reservaram um cão do barulho.

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Assim, Byrnes e Focker são casais vivendo nas antípodas, e é do entrechoque desses comportamentos que o filme retira seus melhores momentos de comicidade.


Há menos situações hilárias do que na primeira parte. Mas aqui há um curioso componente, digamos, político. No cruzamento dessas duas famílias há o retrato hoje do povo dos Estados Unidos: de um lado os rígidos, conservadores Byrnes, com certeza eleitores de Bush, postados à direita.

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De outro os Focker, liberais de centro-esquerda, a quem está reservada uma espécie de vitória final. Vitória que gente como De Niro (um dos produtores do filme) e Barbra Streisand (que não voltou a atuar depois de oito anos por mera casualidade) luta para obter para o país.


Ben Stiller mostra o que vale na sequência do monólogo, quando não resta outra opção a ser não dizer a verdade. De Niro tira proveito de seu passado de ator dramático sério para compor o rígido e tenso Jack.


Dustin Hoffman cria com graça e encanto seu personagem e obtém uma desopilante e contraditória dupla com Jack. Mas uma bela, sensual e relaxada Barbra Streisand é quem rouba a cena, se divertindo à grande e demonstrando que não perdeu o timing de comédia.

O filme entrega sua encomenda acompanhada por boas risadas, ainda mais quando proporcionadas por um time de grandes profissionais como estes.


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