Para todos os gostos
A capital do Brasil não é Buenos Aires. Ufa! No Brasil não se fala espanhol. Que alívio! Nada de carnaval nem mulatas montadas em sapatos dourados de salto alto. Graças a Deus, muita coisa mudou desde que Carmem Miranda pisou em Hollywood. Sabor da Paixão (WOMAN ON TOP) mostra um retrato menos estereotipado do país, sem bananas e saias havaianas.
O filme consegue retratar a sensualidade brasileira sem apelar e ainda dar lugar certo para piadas engraçadas. Rende deliciosas risadas. Como suporte está o conflito no relacionamento de um casal brasileiro, do tipo quem manda em quem.
A atriz espanhola Penélope Cruz (Todo Sobre Minha Mãe e Carne Trêmula) é Isabella, uma mulher sensual, uma chef talentosa e a esposa de um cara muito machista, Toninho - o brasileiro Murilo Benício (Orfeu). Ela lembra Teresa Batista, Gabriela e tem até um lado Tieta, personagens que compõe o estilo baiano. Sabor da Paixão faz clara referência a literatura de Jorge Amado que, junto com Caetano Veloso, exportou para o mundo a cultura da Bahia. O romance apimentado é acompanhado de rituais de candomblé. Isabella tem uma forte ligação com Iemanjá, que lhe deu a beleza e o talento para a culinária.
Num visual quente e emotivo, o casamento acaba. Isabella sente-se sufocada pelo marido. Ela quer estar sempre no comando, on top. Toninho também. O machismo não permite uma relação de companheirismo, apenas uma paixão devastadora. Quem sai mais ferida é Isabella, que flagra o marido transando com a vizinha. Isabella foge do marido e vai morar em São Francisco, nos Estados Unidos, junto com sua melhor amiga, Monica Jones, um travesti hilário interpretado por Harrold Perrineau Jr. (ROMEU E JULIETA). O ator já incorporou vários personagens do tipo em seu currículo e não deixa nada a desejar.
Depois que Isabella vai embora, as coisas começam a piorar para Toninho. Revoltado, ele insulta e deusa do mar Iemanjá, que se vinga estragando a pescaria, da qual vivem seus amigos. Sem cozinheira para seu restaurante - quem desempenhava a função era Isabella - ele vê seu negócio afundando e precisa recuperar seu amor perdido. Lá nos Estados Unidos, Isabella sente a falta dele mas vai muito bem, obrigada! Tem um programa de televisão só para ela, onde ensina receitas do Brasil e encanta os homens com sua sensualidade. Toninho viaja para São Francisco e fica desesperado ao ver o que julga ser falta de recato da moça diante das câmeras.
O ator Murilo Benício compôs com perfeição o machão ingênuo e retrógrado. Personagem nada difícil de incorporar. Para os brasileiros, a referência é muito comum. Apesar de falar inglês e português com sotaque, Penélope Cruz - dispensa apresentações - posa bem como a voluptuosa e emotiva Isabella. Poucas atrizes fariam melhor. Além disso, pôs toda a força comercial que o filme precisava. Quem iria assistir a um filme apenas com atores desconhecidos? Ninguém! Não pelo mundo afora!
O filme consegue retratar a sensualidade brasileira sem apelar e ainda dar lugar certo para piadas engraçadas. Rende deliciosas risadas. Como suporte está o conflito no relacionamento de um casal brasileiro, do tipo quem manda em quem.
A atriz espanhola Penélope Cruz (Todo Sobre Minha Mãe e Carne Trêmula) é Isabella, uma mulher sensual, uma chef talentosa e a esposa de um cara muito machista, Toninho - o brasileiro Murilo Benício (Orfeu). Ela lembra Teresa Batista, Gabriela e tem até um lado Tieta, personagens que compõe o estilo baiano. Sabor da Paixão faz clara referência a literatura de Jorge Amado que, junto com Caetano Veloso, exportou para o mundo a cultura da Bahia. O romance apimentado é acompanhado de rituais de candomblé. Isabella tem uma forte ligação com Iemanjá, que lhe deu a beleza e o talento para a culinária.
Num visual quente e emotivo, o casamento acaba. Isabella sente-se sufocada pelo marido. Ela quer estar sempre no comando, on top. Toninho também. O machismo não permite uma relação de companheirismo, apenas uma paixão devastadora. Quem sai mais ferida é Isabella, que flagra o marido transando com a vizinha. Isabella foge do marido e vai morar em São Francisco, nos Estados Unidos, junto com sua melhor amiga, Monica Jones, um travesti hilário interpretado por Harrold Perrineau Jr. (ROMEU E JULIETA). O ator já incorporou vários personagens do tipo em seu currículo e não deixa nada a desejar.
Depois que Isabella vai embora, as coisas começam a piorar para Toninho. Revoltado, ele insulta e deusa do mar Iemanjá, que se vinga estragando a pescaria, da qual vivem seus amigos. Sem cozinheira para seu restaurante - quem desempenhava a função era Isabella - ele vê seu negócio afundando e precisa recuperar seu amor perdido. Lá nos Estados Unidos, Isabella sente a falta dele mas vai muito bem, obrigada! Tem um programa de televisão só para ela, onde ensina receitas do Brasil e encanta os homens com sua sensualidade. Toninho viaja para São Francisco e fica desesperado ao ver o que julga ser falta de recato da moça diante das câmeras.
O ator Murilo Benício compôs com perfeição o machão ingênuo e retrógrado. Personagem nada difícil de incorporar. Para os brasileiros, a referência é muito comum. Apesar de falar inglês e português com sotaque, Penélope Cruz - dispensa apresentações - posa bem como a voluptuosa e emotiva Isabella. Poucas atrizes fariam melhor. Além disso, pôs toda a força comercial que o filme precisava. Quem iria assistir a um filme apenas com atores desconhecidos? Ninguém! Não pelo mundo afora!