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Atores? Roteiro? Pra quê?

Cris Fiedler
30 abr 2001 às 17:22

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Ryan Phillippe e Tim Robbins: personagens parecem ter saído de um congelador - divulgação
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Em "Ameaça Virtual" o ideal da tecnologia como um bem pertencente a toda a humanidade foi visto pelo lado dos jovens cientistas virtuais. O roteiro de Howard Franklin ("Perigo na Noite") lembra muito a discussão sobre programas de download gratuito via Internet e ainda menciona a polêmica sobre monopólio na área da computação, referindo-se ao fantasma que assombra Bill Gates, o dono da Microsoft. Até aí tudo bem. O problema é que "Ameaça Virtual" tem um elenco que não é lá dos melhores, um roteiro simplérrimo e uma direção que ignora as virtudes dos atores e da história.
O jovem Ryan Phillippe ("Segundas Intenções"), como o protagonista Milo, não consegue convencer ninguém. Ele encarna um personagem totalmente apático que não consegue segurar "Ameaça Virtual". Fica claro o esforço desesperado do diretor inglês. Com apenas quatro filmes no currículo (dois deles para a TV), Peter Howitt tenta contornar (ou seria ignorar?) a falta de composição e dramaticidade dos personagens. Ele faz uso de cenas rápidas e diálogos simplistas que vão direto ao ponto, deixando de lado quaquer expressividade. Os personagens, aliás, parecem ter acabado de sair de um congelador.
Tim Robbins, o Bill Gates de plantão, é um vilão extremamente agressivo e dissimulado, mas com pouco espaço para se expressar na trama. Alice, a namorada de Milo, interpretada por Claire Forlani, não consegue transmitir sua ambigüidade, falha também da personagem de Rachael Leigh Cook, a funcionária da coorporação, Lisa.
"Ameaça Virtual" remete muito a um outro filme recente destinado também ao público adolescente. Em "Sociedade Secreta", o personagem do ator Joshua Jackson vira a vítima - e, é claro, o herói da história - da organização na qual acabou de entrar quando descobre que um dos seus amigos de fora foi assassinado por bisbilhotar a organização. "Ameaça Virtual" só é diferente porque ao invés de uma organização secreta o motivo é uma empresa de informática - a NURV - encabeçada por Gary Winston (Tim Robbins). A NURV funciona roubando projetos de programadores de garagem para construir uma grande rede de comunicação que valerá bilhões de dólares quando estiver pronta. Para finalizar o projeto - chamado de Synapse - a NURV precisa de alguns gênios da computação. Entre os escolhidos estão os amigos Milo (Ryan Phillippe) e Teddy (Yee Jee Tso). Os dois estavam prestes a abrir uma empresa própria mas a proposta da NURV acaba seduzindo Milo. Teddy decide não seguir o mesmo caminho por acreditar que a empresa faça uso de meios escusos para alcançar seus objetivos. A NURV está sendo investigada pelo Ministério da Justiça dos Estados Unidos e acusada de monopólio.
Depois que Milo vai trabalhar para a NURV, o chinês Teddy é assassinado por um grupo de racistas. As palavras de Gary soam familiares para Milo e o rapaz desconfia do milagre que é o progresso do projeto Synapse. Cismado, Milo vai pesquisar a origem dos projetos da NURV e acaba descobrindo tudo. Teddy foi morto por criminosos contratados pela empresa, sua namorada também trabalha para a NURV e os programas são roubados de programadores amadores no mundo todo. Ele tenta juntar as peças desse quebra-cabeça para desmascarar a empresa e Gary Winston. Só que ele corre perigo durante as investigações e sua namorada é outra inimiga infiltrada em sua própria casa. Ela, inclusive, tenta matá-lo valendo-se de sua alergia a gergelim (Super-Homem, por exemplo, tinha problemas com criptonita). A patética idéia do gergelim bastaria para para resumir todo o filme. Como se não bastasse o tom previsível, o desfecho de "Ameaça Virtual" tambén não guarda nenhuma surpresa.
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