Lançamentos com esta característica de simultaneidade só acontecem em duas circunstâncias: quando são blockbuster de ressonância planetária, megaproduções como ''Homem Aranh'', ''X-Men'', ''Star Wars'' e semelhantes, ou quando há duvidas sobre o que fazer em âmbito mundial com o produto ainda não testado na origem, mas sob suspeita quanto à repercussão junto ao chamado grande público.
No primeiro caso, a ameaça concreta da pirataria exige máxima agilidade na distribuição internacional. Disparar contra o tempo, porque na esquina dos multiplex o camelô já anuncia outra simultaneidade, a do similar pirata pela metade do preço do ingresso.
Quanto à dúvida sobre a eficácia do produto, a questão é que no fundo o marketing dos estúdios - neste caso a Paramount - não arrisca muito com base no que viu, e quer mesmo é se livrar dele o mais ''simultaneamente'' possível. A vontade maior seria a de lançar direto somente em DVD, como já se faz há bom tempo. E aí ocorre este fato pouco comum de colocar Londrina lançando ''Atirador'' ao mesmo tempo que nos EUA e antes de toda Europa e Ásia.
Dirigido por Antoine Fuqua, de ''Dia de Treinamento'', ao que tudo indica ''Atirador'' faz a mais genuína linha Rambo - e o espectador que faça sua avaliação sobre o que isto pode significar a priori. O argumento trata de um ex-marine, o exímio franco-atirador Bob Lee (Mark Wahlberg), que ao longo do filme faz o que pode, e principalmente o que não pode, para limpar sua ficha.
A trama, já mapeada e percorrida muitas vezes pelo cinema, envolve a tentativa de assassinar o presidente dos EUA, e o suspeito da autoria é justamente o protagonista, envolvido em conspiração em que não faltam traidores de todos os calibres.
Diante destes componentes da história, previsivelmente violenta e muito provavelmente também construída em cima de surpresas e revelações sobre quem quis matar quem e por que, resta afinal assegurar ao filme o benefício da dúvida e fazer uma incursão, sabendo de antemão que não se está entrando no cinema totalmente às cegas.