Estreias

'Artur e os Minimoys' mescla imagens reais e animadas por computador

26 mar 2007 às 17:25

Depois de muitos anos de inatividade como diretor, mas faturando alto como gerente de subprodutos tão lucrativos quanto duvidosos (''Bandidas'',''Fanfan La Tulipe''), Luc Besson voltou para trás das câmeras nesta fantasia gerada por computador.

Nas décadas de 1980 e 90, com doses de inovação e irreverência, o cineasta injetou novo alento no cinema popular francês, e títulos como ''O Último Combate'', ''Nikita'', ''Imensidão Azul'' e ''O Profissional'' foram fundamentais para abalar seriamente a hegemonia da produção hollywoodiana no mercado exibidor da França.


Como produtor, ele não mede meios para oferecer ao público espetáculos esmerados. Por outro lado, como diretor, há que apontar sua adesão às formulas consagradas, o que retira dele qualquer consistência como autor com marca pessoal.


Neste ''Arthur e os Minimoys'', ele demonstra exatamente isto, qualidades como executivo da produção e limitações como narrador deste conto infanto-juvenil.


O garoto Arthur (Freddie Highmore, muito natural e felizmente não repetindo a sofisticação miniadulta de Dakota Fanning) fica com a avó (Mia Farrow) enquanto os pais viajam. O menino se distrai lendo livros de seu avô, quem aparentemente explorou terras mágicas distantes...e outras bem mais perto de casa.


Para salvar a avó da cobiça de um especulador imobiliário, Arthur decide procurar um tesouro que o avô teria escondido no jardim. E na busca ele descobre um universo mágico de minúsculas criaturas que podem tanto ajudar quanto representar um perigo.


A aventura é tradicional - os minimoys enfrentam um imperador maligno, há uma história de amor entre o garoto e a princesa e há inclusive muitas citações ao sabor das preferências cinéfilas do espectador. A estética é inspirada em boas fontes, como as criações de Jim Henson, o inventor dos Muppets e diretor de ''Labirinto, a Magia do Tempo'' e de ''O Cristal Encantado'', cult da animação com bonecos.


O recheio acaba aborrecendo porque mais uma vez abusa da fórmula ''menino menosprezado torna-se herói''. Em todo caso, estão presentes a capacidade de superação, a infância, a imaginação sem limites e o amadurecimento. ''Ponte para Terabítia'' trabalha melhor neste terreno temático.

Se a cópia do lançamento em Londrina for dublada, não serão ouvidas as vozes de Madonna, Robert De Niro e David Bowie. Não que aqui faça grande diferença, mas é sempre de bom tom oferecer ao público as duas opções.


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