Para todos os gostos
Remake, não, os produtores alardeiam. "Planeta dos Macacos" é uma "reimaginação" do filme que fez história no gênero de ficção científica. Ao invés de Charlton Heston, Mark Wahlberg faz o papel do astronauta que cai num planeta onde os macacos imperam e os humanos são escravos. Ajudado por uma chipanzé simpatizante dos humanos (considerados bichos, na visão da macacada), o astronauta corre atrás de sua liberdade acompanhado por um grupo de rebeldes. O grupo segue para a zona proibida do planeta, lugar que guarda o segredo da origem dos macacos. No seu encalço está o General Thade (Tim Roth), maquiavélico chipanzé que gosta mesmo é de ver escorrer o sangue humano.
Alguém falou que Tim Roth, pelo seu papel do maligno Thade, merece uma indicação ao Oscar de melhor ator coadjuvante. Seria o mesmo que indicar um ator que dublou o personagem de um desenho animado. Não tem como negar que Roth faz um bom trabalho vocal, mas sua voz parece alterada digitalmente e seu personagem carece (e muito) das sutilezas dos grandes vilões. O tempo todo ele está com aquela expressão exageradamente zangada, e isso contribui para a completa ausência de pontos altos em sua atuação. Atuação? Na verdade, é difícil imaginar um ator por trás daquela máscara. Aliás, aquilo é mesmo uma máscara?
Inacreditável. A maquiagem do filme é um show à parte, muito já se falou sobre isso. É talvez o trabalho de maquiagem mais impressionante de toda a história do cinema. A caracterização dá a cada orangotango, chipanzé ou gorila personalidade e características próprias. Um cavanhaque ou barba grisalha, uns quilinhos a mais, dentes cariados e sombrancelhas expressivas: detalhes espantosos estão em cada personagem. A fantástica perfeição do trabalho de Rick Baker já vale o ingresso. Indicado 10 vezes ao Oscar, o mago da maquiagem já ganhou 6 estatuetas e está a caminho da sétima.
A estilização imposta por Tim Burton é, como sempre, de encher os olhos. Os cenários da cidade dos macacos e a destroçada zona proibida nos fazem lembrar da estilização de Gotham City em "Batman". Como ninguém, Burton e seu desenhista de produção Rick Heinrich criam um mundo imaginoso, cheio de estilo, graficamente instigante.
Mas o filme também vale pela presença do orangotango Limbo (Paul Giammatti), um mercador de humanos que rouba a cena toda vez que aparece. Muito mais que Tim Roth, é ele o grande destaque do filme. Responsável pelos momentos cômicos da história, o público vibra a cada vez que ele aparece em cena. Por ele as pessoas até desculpam os momentos em que o roteiro força a barra sem dó de nossa inteligência, como quando uma nave "funciona" passados milhares de anos de sua queda.
Esqueçam essas inconsistências, comam sua pipoca e fiquem quietinhos, querem nos dizer os produtores. Bobagens à parte, "Planeta dos Macacos" é um divertido filme de férias, decepcionante para quem espera um grande filme de Tim Burton, mas com bons momentos perdidos no meio de um roteiro cheio de previsíveis surpresas.
Alguém falou que Tim Roth, pelo seu papel do maligno Thade, merece uma indicação ao Oscar de melhor ator coadjuvante. Seria o mesmo que indicar um ator que dublou o personagem de um desenho animado. Não tem como negar que Roth faz um bom trabalho vocal, mas sua voz parece alterada digitalmente e seu personagem carece (e muito) das sutilezas dos grandes vilões. O tempo todo ele está com aquela expressão exageradamente zangada, e isso contribui para a completa ausência de pontos altos em sua atuação. Atuação? Na verdade, é difícil imaginar um ator por trás daquela máscara. Aliás, aquilo é mesmo uma máscara?
Inacreditável. A maquiagem do filme é um show à parte, muito já se falou sobre isso. É talvez o trabalho de maquiagem mais impressionante de toda a história do cinema. A caracterização dá a cada orangotango, chipanzé ou gorila personalidade e características próprias. Um cavanhaque ou barba grisalha, uns quilinhos a mais, dentes cariados e sombrancelhas expressivas: detalhes espantosos estão em cada personagem. A fantástica perfeição do trabalho de Rick Baker já vale o ingresso. Indicado 10 vezes ao Oscar, o mago da maquiagem já ganhou 6 estatuetas e está a caminho da sétima.
A estilização imposta por Tim Burton é, como sempre, de encher os olhos. Os cenários da cidade dos macacos e a destroçada zona proibida nos fazem lembrar da estilização de Gotham City em "Batman". Como ninguém, Burton e seu desenhista de produção Rick Heinrich criam um mundo imaginoso, cheio de estilo, graficamente instigante.
Mas o filme também vale pela presença do orangotango Limbo (Paul Giammatti), um mercador de humanos que rouba a cena toda vez que aparece. Muito mais que Tim Roth, é ele o grande destaque do filme. Responsável pelos momentos cômicos da história, o público vibra a cada vez que ele aparece em cena. Por ele as pessoas até desculpam os momentos em que o roteiro força a barra sem dó de nossa inteligência, como quando uma nave "funciona" passados milhares de anos de sua queda.
Esqueçam essas inconsistências, comam sua pipoca e fiquem quietinhos, querem nos dizer os produtores. Bobagens à parte, "Planeta dos Macacos" é um divertido filme de férias, decepcionante para quem espera um grande filme de Tim Burton, mas com bons momentos perdidos no meio de um roteiro cheio de previsíveis surpresas.