O Dia da Criança já vai longe e o Natal ainda demora um pouco. Mas nas telas surgem filmes que teriam maior visibilidade se colocados em datas mais apropriadas do que este meio feriadão escondido na sombra das provas derradeiras e decisivas de fim de bimestre letivo.
‘A Loja Mágica de Brinquedos’ tem de tudo um pouco, e acaba mesmo tendo pouco deste tudo. O dono deste espaço de fantasia é o senhor Magorium (Dustin Hoffman), alguém com nada menos que 243 anos de idade – Hoffman, aliás, é perito em longevidade no cinema: seu personagem-narrador do western cult ‘Pequeno Grande Homem’ (1969) tem mais de 100 quando conta a saga de índios e brancos no velho Oeste.
A empresa lúdica de Magorium é onde os brinquedos ganham vida e a criançada se diverte sem nenhum receio com bichos de pelúcia. Mas o dono acha que chegou o tempo da aposentadoria, e pretende que sua sucessora seja sua gerente, a jovem Molly (Natalie Portman). Mas a moça, insegura, ainda hesita diante da responsabilidade. Na verdade, frustrada, ela já foi uma promissora pianista, mas a carreira na música não foi adiante.
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Neste meio tempo chega à loja o contador Henry (Jason Bateman), para o sr. Magoriam apenas o ‘Mutante’. Ele veio para colocar em dia todos os livros de contabilidade da loja, não mexidos há 114 anos. Quando o trabalho termina e tudo parece em ordem, uma estranha ocorrência: tudo no ambiente fica acinzentado. E os brinquedos ficam mudos e inertes. A solução para a crise parece estar no interior daquelas pessoas – Molly, Henry e o menino Eric (Zach Mills).
Mais ou menos na linha de ‘A Fantástica Fábrica de Chocolate’, esta estréia no longa-metragem de Zach Helm, roteirista de ‘Mais Estranho que a Ficção’, não traz maiores novidades, e tudo caminha sem maior empatia até quase o final, quando há uma bela seqüência com brinquedos antropomórficos. O filme trata com delicadeza temas não tão fáceis como a aceitação da morte como mais uma fase da existência humana.