A cada dia os trailers descrevem com mais exatidão o que são os filmes, seja porque estão contando desde já toda a história que o espectador vai encontrar daqui a algum tempo, seja pela sensação de indiferença que não é propriamente um convite para que se volte ao cinema em busca de mais. É o caso de ''Doze Homens e Outro Segredo'', em lançamento no Brasil a partir do feriado de Natal.
O filme é a retomada de ''Onze Homens e Um Segredo'', inesperado estouro de bilheteria que há três anos arrecadou U$ 448 milhões, quatro vezes o que havia custado. Agora, Terry Benedict (Andy Garcia), o homem de quem Danny Ocean (George Clooney) e sua quadrilha roubaram centenas de milhões, localizou os ladrões e ameaça matar a todos se não devolverem o dinheiro.
Que não existe mais, gasto que foi em peripécias de muitos prazeres. O bando se vê ''obrigado'' a dar novo e ainda mais ambicioso golpe, ainda mais fantástico do que esvaziar os cofres dos cassinos de Terry. Como são caras conhecidas nos EUA, os planos são transferidos para a Europa.
Este preâmbulo acontece na meia hora inicial deste filme que carece de todas as virtudes que tinha seu antecessor. Que já não era nenhuma maravilha, mas pelo menos se deixava vem com mais agrado.
Como elemento diferencial do filme anterior, esta comédia é uma odisséia que leva os personagens de um lugar a outro e do presente ao passado. E além da ação, a ênfase é nos desvios surpreendentes da trama desvios que acabam sendo outro inconveniente de um filme inverossímil e arrevesado.
Se a comédia é gênero ligeiro e ameno por excelência, esta é inteiramente balizada pela ostentação sem outro propósito a não ser habitar sonhos de consumo e prazer da platéia, especialmente receptiva nesta época do ano.
E se há um contrapeso a favor é a repetição do elenco. Estão de volta Brad Pitt, Julia Roberts, Matt Damon, Elliot Gould, Carl Reiner, além dos recém-chegados Catherine Zeta-Jones e Vincent Cassel. Todos parecem curtir especialmente seus papéis, e com certeza devem ter se divertido muito durante as filmagens. Bem mais, com certeza, do que quem ficou do lado de cá da tela.