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Dez filmes para entender melhor a ditadura militar no Brasil

Redação Bonde
18 abr 2016 às 08:13

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- Reprodução
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A ditadura militar aconteceu de 1964 à 1985 e, em apenas 21 anos, deixou marcas irreparáveis no país e na população. Apesar da maior parte dos brasileiros entender as consequências catastróficas desse período, incluindo centenas de mortes e desaparecimentos, muita gente ainda defende os militares.

É o caso de Jair Bolsonaro (PP-RJ). Entre as muitas polêmicas da votação deste domingo (17) na Câmara está o discurso do deputado. Homenageando um dos militares mais temidos da ditadura no Brasil, o político votou a favor do impeachment da presidente. "Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff’, disse ele.

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Além dessa frase, o político é conhecido por dezenas de outras, como "O erro da ditadura foi torturar e não matar". Para você não cometer a mesmo erro de Bolsonaro ao exaltar os militares, resolvemos lembrar dez filmes que mostram como foi o período no Brasil. Confira:

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1. MANHÃ CINZENTA (1968)

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Em plena vigência do AI-5, o cineasta-militante Olney São Paulo dirigiu este filme, que se passa numa fictícia ditadura latino-americana, onde um casal que participa de uma passeata é preso, torturado e interrogado por um robô, antecipando o que aconteceria com o próprio diretor. A ditadura tirou o filme de circulação, mas uma cópia sobreviveu para mostrar a coragem de Olney São Paulo, que morreu depois de várias sessões de tortura, em 1978.


2. PRA FRENTE, BRASIL (1982)

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Um homem comum volta para casa, mas é confundido com um "subversivo" e submetido a sessões de tortura para confessar seus supostos crimes. Este é um dos primeiros filmes a tratar abertamente da ditadura militar brasileira, sem recorrer a subterfúgios ou aliterações. Reginaldo Faria escreveu o argumento e o irmão, Roberto, assinou o roteiro e a direção do filme, repleto de astros globais, o que ajudou a projetar o trabalho.


3. NUNCA FOMOS TÃO FELIZES (1984)

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Rodado no último ano do regime militar, a estreia de Murilo Salles na direção mostra o reencontro entre pai e filho, depois de oito anos. Um passou anos na prisão; o outro vivia num colégio interno. Os anos de ausência e confinamento vão ser colocados à prova num apartamento vazio, onde o filho vai tentar descobrir qual a verdadeira identidade de seu pai. Um dos melhores papéis da carreira de Claudio Marzo.


4. CABRA MARCADO PARA MORRER (1984)

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A história deste filme equivale, de certa forma, à história da própria ditadura militar brasileira. Eduardo Coutinho rodava um documentário sobre a morte de um líder camponês em 1964, quando teve que interromper as filmagens por causa do golpe. Retomou os trabalhos 20 anos depois, pouco antes de cair o regime, mesclando o que já havia registrado com a vida dos personagens duas décadas depois. Obra-prima do documentário mundial.


5. O QUE É ISSO, COMPANHEIRO? (1997)

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Embora ficcionalize passagens e personagens, a adaptação de Bruno Barreto para o livro de Fernando Gabeira, que narra o sequestro do embaixador americano no Brasil por grupos de esquerda, tem seus méritos. É uma das primeiras produções de grande porte sobre a época da ditadura, tem um elenco de renome que chamou atenção para o episódio e ganhou destaque internacional, sendo inclusive indicado ao Oscar.


6. AÇÃO ENTRE AMIGOS (1998)

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Beto Brant transforma o reencontro de quatro ex-guerrilheiros, 25 anos após o fim do regime militar, numa reflexão sobre a herança que o golpe de 1964 deixou para os brasileiros. Os quatro amigos, torturados durante a ditadura, descobrem que seu carrasco, o homem que matou a namorada de um deles, ainda está vivo –e decidem partir para um acerto de contas. O lendário pagador de promessas Leonardo Villar faz o torturador.


7. O ANO EM QUE MEUS PAIS SAIRAM DE FÉRIAS (2006)



Cao Hamburger, conhecido por seus trabalhos destinados ao público infantil, usa o olhar de uma criança como fio condutor para este delicado drama sobre os efeitos da ditadura dentro das famílias. Estamos no ano do tricampeonato mundial e o protagonista, um menino de doze anos apaixonado por futebol, é deixado pelos pais, militantes de esquerda, na casa do avô. Enquanto espera a volta deles, o garoto começa a perceber o mundo a sua volta.


8. HOJE (2011)



Os fantasmas da ditadura protagonizam este filme claustrofóbico de Tata Amaral. Denise Fraga interpreta uma mulher que acaba de comprar um apartamento com o dinheiro de uma indenização judicial. Cíclico, o filme revela aos poucos quem é a protagonista, por que ela recebeu o dinheiro e de onde veio a misteriosa figura que se esconde entre os cômodos daquele apartamento. Denise Fraga surpreende num papel dramático.


9. TATUAGEM (2013)



A estreia do roteirista Hilton Lacerda na direção é um libelo à liberdade e um manifesto anárquico contra a censura. Protagonizado por um grupo teatral do Recife, o filme contrapõe militares e artistas em plena ditadura militar, mas transforma os últimos nos verdadeiros soldados: os soldados da mudança. Irandhir Santos interpreta o líder da trupe. Ele cai de amores pelo recruta vivido pelo estreante Jesuíta Barbosa, que fica encantado pelo modo de vida do grupo.


10. BATISMO DE SANGUE (2007)


Apesar do incômodo didatismo do roteiro, o longa é eficiente em contar a história dos frades dominicanos que abriram as portas de seu convento para abrigar o grupo da Aliança Libertadora Nacional (ALN), liderado por Carlos Marighella. Gerando desconfiança, os frades logo passaram a ser alvo da polícia, sofrendo torturas físicas e psicológicas que marcaram a política militar. Bastante cru, o trabalho traz boas atuações do elenco principal e faz um retrato impiedoso do sofrimento gerado pela ditadura.

(Fonte: Pragmatismo Político)


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