Bastidores

'O Candidato Honesto' com Leandro Hassum é inspirado em 'O Mentiroso'

23 set 2014 às 09:09

Acostumado a escrever para Leandro Hassum - o próprio humorista refere-se a ele como ‘minha voz’ -, Paulo Cursino foi quem teve a ideia para O Candidato Honesto. "O Brasil já teve tradição de fazer humor em cima de políticos. Foi o que faz a fama de um Max Nunes, por exemplo, mas isso se perdeu. Estamos recuperando porque é muito importante e ajuda a aprimorar a própria democracia", disse o roteirista na coletiva de lançamento de O Candidato Honesto no Rio. O filme mostra Leandro como candidato a presidente. O cara é o maior corrupto, mas se redime.


A origem de O Candidato Honesto está em O Mentiroso, de Tom Shadyac, com Jim Carrey. "Gosto demais do Jim, sou fãzaço dele e Liar, Liar é um de seus filmes de que mais gosto. O Mentiroso é sobre advogados, que, para os norte-americanos, são o símbolo da falsidade e da mentira. Para nós, são os políticos." O fato de o filme estrear na quinta-feira, 2, a poucos dias da eleição, não é coincidência. "Desde que nos cooptou para o projeto, o Cursino sempre falava da necessidade de aprontarmos o filme para uma eleição tão grande como a deste ano", diz o diretor Roberto Santucci. "Esse filme nasceu com o desejo de dar uma contribuição ao debate. Não é um filme partidário, não defende nenhuma candidatura e é curioso que tem gente com discursos opostos, que nos diz que é antipetista total e outros que dizem que é lulista. Do nosso ponto de vista, do meu, o importante é o discurso final, pró-aprimoramento democrático, do candidato", reflete Cursino.

Leandro conta que, como Cursino já escreve para ele, se sente muito à vontade dizendo as falas. Mas ele fez sua lição se casa. "Pesquisei muito discurso de político. Do Lula, do Fernando Henrique, da Dilma, do Serra, do Hitler. É muito revelador olhar o político em ação. A maneira como usam as mãos, como passam uma ideia de convicção. Cara, você pode saber toda a ficha suja dos caras, mas eles convencem que são honestos, são atores, muito mais atores que muitos colegas da gente. Não quero citar nomes... Vou citar, sim, o Collor. Não existe um Collor, mas cinco. Do caçador de marajás ao presidente do impeachment e ao senador, ele muda tudo. A postura, as roupas, as falas, até o fundo, quando ele está falando. Esses caras são profissionais. É importante discernir isso. Você pode achar que seu voto não muda nada. Muda, sim. E, se não mudar agora, se não interferir na sua vida, vai interferir na do seu filho, do seu neto. O filme é nossa contribuição para um debate muito necessário", resume Hassum.


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