Philippe Petit ficou mundialmente conhecido depois de atravessar (sem nenhuma proteção) as Torres Gêmeas. O ato ilegal além de colocar seu nome na história deu origem ao documentário ‘O Equilibrista‘ (Man on Wire) lançado em 2008 ganhador do Oscar de Melhor Documentário. A façanha agora é recontada pelos olhos do diretor Robert Zemeckis no longa ‘A Travessia‘.
O filme possui um roteiro bem estruturado e é muito bem executado. O protagonista aparece na tela narrando sua história do alto da Estátua da Liberdade evidenciando que o humor estará presente.
É no primeiro ato que somos apresentados às motivações de Petit, seus treinos, e, claro seus aliados: Annie, uma artista de rua que se envolverá romanticamente com o protagonista (interpretada por Charlotte Le Bon); o fotógrafo Jean-Louis (Clément Sibony) e o estudante de matemática que tem medo de altura Jean-François (César Domboy). Também seremos apresentados a Papa Rudy (interpretado por Ben Kingsley) que, apesar de não participar efetivamente do plano, atuará como um mentor e será responsável pela formação do artista.
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No segundo ato a elaboração do plano começa, Philippe agora precisa estudar os equipamentos, fazer cálculos e o mais importante: Descobrir como entrar nas torres sem ser visto. Nesse meio tempo novos aliados aparecem e tramas paralelas surgem para que no terceiro ato a concretização da travessia aconteça.
Quem dá vida ao protagonista é Joseph Gordon-Levitt, que se encaixou perfeitamente no papel. Sua versão de Philippe Petit é charmosamente arrogante e transparece no corpo sua vivência no circo.
Ambientado numa França dos anos 70, o filme tem uma fotografia belíssima e a direção de Robert Zemeckis é um show à parte. Conhecido por dirigir a clássica trilogia ‘De Volta Pro Futuro‘ e o ótimo ‘Forrest Gump‘, Robert não decepciona e os planos e enquadramentos são milimetricamente pensados para criar a tensão necessária no telespectador. É quase impossível não se sentir agoniado quando a travessia começa. A imersão é obrigatória e pode causar desconforto àqueles com medo de altura.
O diretor também utiliza de efeitos especiais que ajudam a romancear a empreitada ilegal de Petit, dando graça e delicadeza ao longa.
‘A Travessia‘ apesar de conter uma narrativa um pouco lenta (o que pode cansar alguns telespectadores), se justifica em seu último ato. Tem um humor leve, romance, tensão e utiliza o 3D a ser favor criando uma experiência cinematográfica que vale a pena ser vista em IMAX.
(com informações do site CinePoP)