A proposta de um espaço acima dos padrões do já valorizado bairro do Batel foi o ponto de partida do arquiteto Márcio Guirado para o projeto do famigerado Boteco Santi, novo empreendimento noturno da capital paranaense, que chama atenção pela ousadia da proposta, que mistura o clima de Boteco com o requinte desejado pelo público-alvo. "A casa deveria ter uma identidade visual forte, de fácil percepção, além de priorizar o contato visual entre o lado de dentro e o de fora. Seria, enfim, um lugar para ver e ser visto", conta o Guirado.
O primeiro desafio do arquiteto foi lidar com o edifício disponibilizado, que era carregado de informação visual e dificultava a compreensão do espaço. "Minha primeira intervenção foi limpar tudo, chegar na estrutura, no que é realmente o edifício", explica o arquiteto. A partir de então, pôde-se trabalhar de dentro pra fora, valorizando o cenário externo apresentado e utilizando as aberturas como protagonistas da ligação entre interior e exterior. Cores neutras, como os tons de cinza e bege utilizados na fachada, passariam a valorizar a movimentação e iluminação da parte de dentro do bar. A simplicidade de formas e o uso de linhas ortogonais também integrariam a fachada, permitindo a visualização do empreendimento mesmo por quem passa em alta velocidade na extensa Avenida do Batel.
A separação dos ambientes (o deck frontal, o salão principal e o segundo andar) também não ocorreu a toa: ela permite diferentes níveis de privacidade, além de facilitarem uma ocupação progressiva dos ambientes do Boteco, de modo a ocupar primeiro o menor espaço (deck de entrada), depois o salão maior e por último o segundo andar. O trabalho com o salão principal também foi um dos desafios de Guirado no desenho do projeto do Boteco. "Por contar com um pé direito alto, optei por utilizar elementos verticais, para superar os bloqueios físicos e permitir contato visual entre todos", diz Guirado, referindo-se à escada, aos pendentes usados e à jabuticabeira no meio do salão principal.
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A jabuticabeira, por sinal, também é um detalhe importante do desenho de Guirado, que lançou mão da planta para lidar com a monumentalidade do salão principal e adequá-lo à escala humana. Duas pequenas árvores foram incluídas, deste modo, ao centro do espaço, chamando a atenção tanto por seu charme natural como pela sombra de suas copas refletidas na parede e no teto do Boteco.
Boteco, enfim
Apesar da influência da cultura botequeira, no entanto, Guirado não optou pela representação alegórica no projeto arquitetônico. "Busquei não fazer algo figurativo, como a releitura de muitos botecos de hoje, assim, tive mais liberdade para trabalhar com materiais, cores e texturas, sempre focado nas exigências dos clientes", ressalta. De boteco, restaram a trilha de mosaico português que se inicia na fachada e entra no espaço do bar, contornando toda sua extensão, e os toldos em bordô, representações icônicas dessa cultura.
Serviço:
www.botecosantibatel.com.br