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Sustentabilidade

Novos produtos permitem uso consciente da água

Gisele Mendonça - Folha de Londrina
31 dez 1969 às 21:33
- Reprodução
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Sabe-se que futuramente o mundo deverá sentir sérias consequências com a escassez da água. Cada brasileiro consome em média 200 litros de água por dia, volume quatro vezes maior do que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Mas a tecnologia para poupar o recurso hídrico tem evoluído e o consumidor que quiser fazer a sua parte já pode instalar em casa os chamados produtos sustentáveis.

São torneiras automáticas e com sensores, válvula de descarga que controla o volume de água e vasos sanitários desenhados para menor vazão, entre outros, que podem economizar entre 30% e 70% de água durante a sua utilização.

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Alguns desses itens, como as torneiras de banheiros, já são fabricados há muitos anos e utilizados em larga escala em shopping centers e demais locais públicos. O que nem todos sabem é que esses produtos podem ser encontrados facilmente no mercado e instalados em residências por um preço, às vezes, nem tão alto.

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Uma torneira dotada de sistema de fechamento automático com tempo regulável, por exemplo, custa a partir de R$ 175, preço compatível a uma torneira de primeira linha comum. Já o produto com sensor, que liga e desliga conforme a aproximação ou o afastamento das mãos, sai bem mais caro: média de R$ 650. Agrega conceitos de luxo e tecnologia avançada, além de maior higiene por não haver contato com as mãos.

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Outra opção é o dispositivo economizador, instalado entre a saída de água na parede e a torneira (comum) de bancada. Mesmo que o registro da torneira esteja aberto em sua capacidade máxima, o dispositivo regula a vazão. Pode ser encontrado a R$ 27.


Os vasos sanitários modernos e suas válvulas também estão poupando a utilização de água no banheiro. Os vasos são desenhadas para utilizar no máximo seis litros por descarga, ao contrário de anos atrás, quando o volume chegava a 15 litros.

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No caso das válvulas, há opções com duas teclas de acionamento. Uma serve para escoamento de líquido e despeja três litros de água no vaso. A outra, voltada para sólidos, libera seis litros de água. Há fabricantes que trazem o produto em duas versões: para caixas acopladas e para parede. O preço fica entre R$ 97 e R$ 130, dependendo do acabamento. Uma válvula comum (de primeira linha) custa em média R$ 90.


Marilza Gaspar, gerente de uma das lojas da rede Telhanorte, em Londrina, diz que os produtos voltados para o uso consciente da água ainda são adquiridos em sua maioria para locais públicos. As vendas para residências são bem restritas.

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‘São produtos que, muitas vezes, a pessoa descobre só quando chega na loja ou então quando recebe a orientação do arquiteto’, afirma. Ela lembra que alguns desses itens já são fabricados há cerca de 20 anos. ‘Só que ultimamente mais empresas aderiram (ao conceito)’, diz Marilza. Por enquanto, os produtos voltados para a sustentabilidade só são fabricados em primeira linha.


Na observação de Fernanda Freitas, do setor de marketing da empresa, o primeiro contato que as pessoas têm com este tipo de produto é em locais públicos e muitos não sabem que eles são adaptáveis às residências. ‘E o interessante é que o preço não é tão mais alto do que as peças comuns’, diz.

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Falta ‘cultura de economia de água’, diz arquiteto


Para o arquiteto Américo Keiji Moryama, os produtos voltados para o uso racional da água dentro de casa ainda não fazem parte do dia a dia dos brasileiros por falta de informação e de cultura a respeito. ''É preciso criar uma cultura de economia de água'', diz.

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Ele considera importante a adesão a esses produtos, levando em conta que estudos mostram que o maior desperdício de água acontece no cotidiano pelo mau uso de torneiras, descargas, chuveiros.


Além das torneiras automáticas e dos vasos sanitários e válvulas de descarga que dosam a quantidade de água, Moryama cita o chuveiro temporizado. ''É uma boa alternativa para quem quer gastar menos água, pois com ele você programa o tempo para se ensaboar, se enxaguar'', observa.


O arquiteto afirma que não é comum as pessoas pedirem a instalação desses produtos quando vão construir ou reformar a casa. ''É uma questão de cultura mesmo. Muitos não gostam ou acham que não vão se adaptar'', diz.

Mas o cenário começa a mudar. Hoje, segundo Moryama, muitas pessoas já pedem para instalar, por exemplo, sistema de captação de água da chuva para reutilizar na limpeza da casa e até nos vasos sanitários.


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