Você chega em casa, aciona o interruptor e a luz se acende. Por trás deste ato simples e quase mecânico se esconde a invenção do americano Thomas Edison, que revolucionou a história da humanidade há mais de um século. Sem dúvida, a importância de ter essa facilidade em casa é inegável.
Porém, a iluminação de interiores hoje vai além. É encarada como um complemento da decoração e pode imprimir sensações diferentes aos moradores, dependendo de como é projetada, de sua intensidade, de suas cores e do calor que é capaz de produzir, aponta a arquiteta Simone Ito, que está se especializando como lighting designer.
Para investir na iluminação da sua casa sem quebra-quebra, mudanças simples são capazes de alcançar grandes soluções. Antes de colocar as mãos na massa, a arquiteta recomenda que é preciso saber qual o ambiente que se quer iluminar, em que ocasiões o local será usado, quais atividades serão feitas ali, para depois pensar no efeito que se quer dar. "Em seguida, é preciso definir o estilo do morador e suas preferências".
Em relação aos produtos, Simone explica que as luminárias de piso com hastes longas geralmente são usadas em salas de estar. A dica é escolher os modelos mais dinâmicos ou articuláveis, que oferecem a possibilidade de regular a altura e a direção da luz. "Desligadas, as luminárias de piso e de mesa também fazem parte da decoração. Por isso, é bom levar em conta o design da peça e o material.
Tramas naturais envolvem a cúpula do pendente, no ambiente da 9ª Mostra
Artefacto Curitiba
"Releituras de modelos clássicos feitos em cores vibrantes ou com materiais diferentes são tendência", orienta. Simone lembra, também, que a luz do ambiente tem influência em nosso comportamento e interfere nas emoções: pode deixar a pessoa agitada se for muito intensa e branca. Já a luz de menor intensidade e amarelada acalma, por isso é recomendada para quartos e salas. "Ela remete à luz das velas, por isso cria efeito aconchegante".
Quanto às lâmpadas, a arquiteta esclarece que os efeitos mais bonitos em áreas sociais vêm das halógenas (lâmpadas quentes), que concentram a luz em determinado ponto e são usadas para destacar quadros e revestimentos de paredes, e as do tipo Led, que funcionam como pequenos pontos de luz, usadas em cabeceiras de quartos e também para iluminar degraus de escadas, por exemplo. Mais caras que as incandescentes (comuns), têm a vantagem de durar mais. Já as fluorescentes, apesar de mais econômicas e mais baratas, produzem luz branca, difusa e fria, ideais para cozinhas, banheiros e escritórios.
A luminária Ledstixx, da Osram, tem quatro pontos de luz. O bastão, de 22 cm, pode ser alinhado na horizontal ou na vertical, e funciona como luz auxiliar para pequenas tarefas. À base de pilhas alcalinas
A sobriedade de tons na sala de estar do Loft, de Marcio Koga, é valorizada com o uso da luminária Domo (Tok&Stok), que destaca elementos e delimita áreas de luz e sombra
Na suíte do Loft, do arquiteto Marcio Koga, para a Haus Innen, a luminária Nairobi e a chaise Le Corbusier (Tok&Stok) preenchem o cantinho com charme. Com estrutura de madeira maciça regulável e cúpula de algodão, a luminária é decorativa mesmo desligada
Como iluminar ambientes
Sala de estar: misturar luz difusa e luz pontual é interessante neste ambiente. A pontual pode ser do tipo halógena, que vai destacar objetos. A difusa pode ser incandescente ou fluorescente, neste caso, embutida no gesso que esconde a lâmpada
Quartos: para luminárias de leitura, que ficam sobre o criado-mudo, aposte nas fluorescentes amarelas e compactas, que não esquentam
Closets: mais intensas, as halógenas são perfeitas para iluminar o closet, já que neste local é preciso muita luz para enxergar as cores com perfeição
Banheiros: luz fluorescente, que deve vir de frente para o rosto, evitando sombras. Para não atrapalhar a visão existe uma proteção antiofuscamento, que envolve a lâmpada
Sala de jantar: acima da mesa de jantar aposte em um pendente, com ponto fixo de luz
Cozinha: funciona bem com luz difusa fluorescente. Vale também investir em lâmpadas menores secundárias embutidas em armários altos
Home Office: luz fluorescente com intensidade alta e uniforme no ambiente. (Consultoria: arquiteta Simone Ito)