De acordo com um estudo do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) 85% das pessoas que fazem reformas e obras, as fazem sem o apoio técnico de um projeto. Em contrapartida, o mesmo estudo revela que 70% dos entrevistados gostariam de ter um projeto.
"Existe um conceito de que contratar um arquiteto para desenvolver um projeto é algo muito caro e que o custo benefício não vale a pena. O que não é verdade, pois um projeto bem elaborado pode reduzir em até 25% os custos de execução da obra e evitar os transtornos comuns com fornecedores e de retrabalho", pondera o arquiteto, Ivan Cassola, sócio-fundador de uma plataforma que conecta quem precisa reformar com arquitetos de maneira 100% digital.
Um projeto de arquitetura contempla todas as informações necessárias sobre cada ambiente, como planta de layout (distribuição de espaço), detalhamento de instalações hidráulicas e elétricas, sugestões de acabamento (pedras, louças, metais, pisos, cortinas, revestimentos, etc) e um estudo com imagens de referência do mobiliário.
"O projeto é um guia da obra, para organizar e facilitar a sua execução, uma espécie de manual de instalação. É uma maneira de criar condições para colocar em prática as vontades e as necessidades das pessoas em relação a obra, possibilitando que elas se encaixem dentro do orçamento", explica Ivan Cassola.
Para começar a reforma o primeiro passo dado por quase todos é entrar na internet ou comprar diversas revistas de decoração para separar as imagens que mais gosta. Mas a maioria das pessoas tem dificuldade em transformar aquele monte de ideias, recortes e imagens em um conjunto de fatores que se adaptam entre si e ficam harmoniosos e bonitos. O que pode levar ao risco de a obra durar mais tempo, do resultado não ficar como o planejado ou sair mais cara graças ao famoso retrabalho.
Quem se aventura a tocar uma obra sem orientação, pode se deparar com diversos imprevistos em virtude da falta de experiência. " Imagina aquele revestimento que na revista parecia perfeito, mas que só depois de adquirido e instalado notou-se que não tem nada a ver com o restante do ambiente. Infelizmente, esse tipo de detalhe, quando não se tem experiência, só será notado depois de tudo instalado. Daí restam duas opções, conviver com algo que não é satisfatório ou gastar um dinheirão para retirar e substituir por outro. As duas opções são frustrantes e demonstram falta de conhecimento de como lidar a situação", exemplifica Ivan.
O arquiteto explica que é necessário levar em consideração várias questões antes de começar a reforma. Somente em uma simples sala de estar ele consegue mencionar uma série de detalhes a serem levados em conta como:
"Qual o piso? Será madeira ou cerâmico? Qual a cor? Qual o tamanho? Qual a melhor paginação do piso para evitar perdas desnecessárias de material? Por onde o azulejista deve começar a instalação para ela dar certo? Qual o rodapé? Ele será do mesmo material do piso? Será branco? Qual a altura? Terá algum detalhe? Quantos metros eu preciso? Quanto devo calcular a mais para a perda do material?".
Essas são apenas algumas das inúmeras questões que devem ser levantadas por quem planeja iniciar uma obra bem-sucedida, mas que muitas vezes nem passa pela cabeça dos que não estão habituados com reformas.