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Design londrinense vence fronteiras e se destaca

31 dez 1969 às 21:33

Em sintonia com as tendências e com os desejos do mercado, móveis criados por designers londrinenses conquistam espaço em outros estados e até mesmo fora do Brasil. Exposto em vitrines de grandes lojas de decoração, o trabalho dos profissionais divulga o design ''pé-vermelho'' e consolida Londrina como berço de boas soluções para decorar com estilo.

O que pouca gente sabe, entretanto, é que entre ''uma idéia na cabeça e o móvel na vitrine das lojas'' há um longo caminho a ser percorrido. ''O processo começa com um 'briefing' entre designers e diretoria da fábrica. Depois pesquisamos tendências de mercado junto a representantes e lojistas. Também procuramos novidades em revistas especializadas, livros e feiras. Só após esse processo é que começamos a projetar os móveis'', explica o designer João Ferreira, do escritório Designo.


Formado em desenho industrial, ele projeta - junto com a equipe do escritório - para empresas como La Casa, Tubform (no interior do Ceará), Microtubos, Takei e várias fábricas do pólo moveleiro de Votuporanga (SP). O trabalho do profissional é totalmente voltado para o design industrial, o que impossibilita trabalhos muito autorais. ''O projeto tem que se adaptar aos custos e às condições técnicas do fabricante. O objetivo final é vender bem'', afirma, lembrando que, em muitos casos, os designers recebem royalties sobre as vendas. ''É mais um motivo para criarmos um bom produto'', acredita.


Conhecer bem o ''chão de fábrica'' também é a condição básica que orienta o trabalho da dupla de arquitetos Lucas Raffo e Fabrício Ronca, designers das fábricas Donaflor e Art Nova. Para eles, o segredo dos projetos bem-sucedidos é manter o equilíbrio entre propostas inovadoras e os anseios do mercado. ''Nem sempre é possível executar projetos super arrojados. Os clientes temem que o produto não vá vender'', comentam, lembrando que já tiveram boas surpresas com produtos inovadores que foram sucesso de vendas.


Adeptos da simplicidade, os dois profissionais apostam em peças atemporais e que não sejam enjoativas. Outra preocupação é com a sustentabilidade. ''O design ideal deve prever um gasto mínimo de materiais e o descarte correto de eventuais sobras'', afirma Fabrício. Uma das soluções propostas por eles é usar os descartes na confecção de objetos de decoração.


A designer Marlene Ricci, cujo trabalho também é conhecido pelos projetos de decoração de ambientes, desenvolve móveis para as fábricas Art Nova, Steel Forma e Marka Estofados. As coleções são baseadas em um tema único. ''A última coleção foi inspirada em 'cidades do mundo''', exemplifica ela, que prefere projetar para fábricas de segmentos diferentes para distinguir bem as linhas e evitar identidades marcadas em produtos similares.

Como o volume de produção das peças não é grande, parte do processo acaba sendo artesanal, valorizando o produto final. A designer conta que suas criações são comercializadas em todo o Brasil e também em Miami, nos EUA. ''O mobiliário de Londrina é vendido nas melhores lojas de alta decoração. Seria ótimo se essa produção fosse valorizada também em nossa cidade'', opina.


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