De um lado uma indústria da construção civil carente de equipamentos e de mão-de-obra. De outro lado, uma indústria tecnologicamente muito avançada, mas com equipamentos ociosos em virtude de uma crise econômica.
Foi neste contexto que foram realizadas várias reuniões entre empresários e entidades ligadas à construção civil brasileira e espanhola, nos últimos três dias, em Londrina, Maringá, Cambé e Rolândia.
Uma comitiva de empresários da construção civil espanhola visitou a região, numa viagem organizada pela Agência de Desenvolvimento Terra Roxa e Taiet Brasil Investimentos (TBI).
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Os espanhóis da região da Catalunha, dos setores de concreto armado e locação de gruas, estão em busca de novos mercados. Muitos equipamentos que faltam em obras nos canteiros brasileiros estão ociosos na Espanha.
De acordo com os empresários, para se ter uma idéia, só na região da Catalunha existem cerca de quatro mil gruas – equipamento que tem como principal finalidade o transporte vertical de materiais. No Brasil todo, são cerca de 700.
"Nossa indústria usa as mesmas gruas que o setor naval. Isso tem nos prejudicado ainda mais, pois a indústria naval também vive um momento de grande aquecimento. A falta deste equipamento no Brasil é muito grande", comentou o vice-presidente do Sinduscon-Norte, Gerson Guariente Júnior.
Empresários espanhóis ressaltaram que é impensável realizar qualquer tipo de obra na Espanha sem o uso de gruas. No Brasil, este serviço é executado por pequenos elevadores ou por pessoas, o que acaba prejudicando o andamento da obra devido à falta de mão-de-obra pela qual passa o setor.
O uso de gruas, aliada à tecnologia de concreto armado apresentado pelos empresários espanhóis pode reduzir o custo de uma construção em cerca de 40%, de acordo com dados apresentados durante reunião realizada na sede do Sindimetal, em Londrina, nesta quinta-feira (3).
Se de um lado há empresários com equipamentos e tecnologias ociosas e de outro um país que vive momentos de crescimento no setor de construção, o caminho é a realização de negócios, na avaliação do diretor executivo da Terra Roxa, Alexandre Farina. Mas as boas intenções esbarram no alto custo de importação desses equipamentos.
Guariente, como representante do setor da construção civil, informou que levará a questão para discussão na Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil para tentar destravar os obstáculos que impedem a realização imediata de negócios entre as duas partes. O assunto será levado na reunião deste mês na Câmara, que deverá ocorrer nos próximos dias.
"Temos uma perspectiva de crescimento no setor da construção civil na ordem de 10% para o próximo ano. Precisamos de tecnologia e de equipamentos. Nossa indústria não dá conta de atender nossas necessidades", comentou Guariente.