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Segurança

Construção civil tem mais de 20 mil acidentes por ano

Redação Bonde
24 set 2009 às 11:53
A maioria dos acidentes de trabalho na construção civil decorre de condições inseguras, de inadequação dos equipamentos e da falta de preparo - Reprodução
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O Brasil precisa de boas estatísticas sobre muitos assuntos, e acidente de trabalho é um deles. Por ano, 23,5 mil acidentes na construção civil são notificados ao Ministério do Trabalho. O setor é o quinto em ocorrências, dentre os segmentos registrados. Preocupada com os altos índices de acidentes na construção civil, a Casa do Construtor - rede com mais de 50 unidades que atua em nove estados brasileiros no ramo de locação de equipamentos para o setor - promove a paritir desta quinta-feira (24), em Itupeva (SP), a 2ª Jornada de Segurança na Construção Civil.

"Mesmo alto, o número deve estar bem abaixo da realidade, já que o segmento tem muita informalidade. Muitas ocorrências não são computadas pelas estatísticas, seja por esta informalidade, seja pela falta de comunicação, por medo do empregador ou pela ignorância da obrigatoriedade das notificações", explica Expedito Arena, um dos diretores da Casa do Construtor e palestrante da Jornada.

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Segundo Arena, a maioria dos acidentes de trabalho na construção civil decorre de condições inseguras, de inadequação dos equipamentos e da falta de informação e preparo dos envolvidos nas obras, de trabalhadores a engenheiros. Pensando nisso, a Casa do Construtor tem adotado o tema da segurança como diferencial competitivo de mercado e encara o custo das mais de 50 palestras realizadas nas principais cidades do país como investimento com retorno certo. "Todos podem colaborar para melhorar as condições e o ambiente do trabalho na construção civil. Acreditamos na formação e na informação das pessoas para que trabalhem de maneira correta, com rapidez, segurança e economia", afirma.

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As quedas lideram as estatísticas de acidentes de trabalho na construção civil. "Trabalhadores e materiais caem de andaimes de madeira, escadas, lajes e telhados. Mesmo nos andaimes metálicos, teoricamente mais seguros, ocorrem acidentes por falta de cuidados adequados em sua montagem e desmontagem", conta Arena.

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No ano passado, a Casa do Construtor, ao lado de outras empresas, patrocinou a impressão de 20 mil edições de bolso da NR-18 - norma específica para a construção, que abrange canteiros de obras, alojamentos, trabalho em altura e cuidados com equipamentos. Ela será o tema da palestra do engenheiro, 'NR-18, suas implicações e novidades sobre serra circular de bancada': "Em ambiente fechado, a serra circular lidera os acidentes de trabalho, levando muitas vezes a amputações e mortes. A NR-18 prevê, entre outras especificações, que o equipamento seja instalado em mesa estável, construída com material resistente e dimensionamento suficiente para a execução das tarefas. Deve ter aterramento elétrico, proteção das transmissões e o disco deve ser substituído sempre que tiver trincas ou empenamentos", detalha.


Para o engenheiro, as normas de regulamentação do trabalho vêm sendo mais bem elaboradas, com o diálogo entre técnicos representantes dos trabalhadores, empresários e Ministério Público. Ainda assim, ele chama a atenção para um grande diferencial do setor de construção civil em relação a outros: a diversidade de tarefas e a complexidade das obras. "Numa indústria, quase sempre o operário trabalha com a mesma máquina e no mesmo setor. Como, no Brasil, a construção, de maneira geral, ainda é muito artesanal, fica quase impossível ao trabalhador obedecer às regras, quando de manhã cava uma valeta, à tarde levanta uma parede, e depois realiza serviços no telhado: tarefas tão diferentes exigiriam métodos, equipamentos e cuidados totalmente diversos", adverte.

Conhecidos como EPIs, os Equipamentos de Proteção Individual também serão tema de palestra durante a Jornada. O não uso dos EPIs ou seu uso inadequado podem causar acidentes de trabalho em qualquer setor, incluindo o de construção civil. "Essa ocorrência já foi mais alarmante, antes da melhora da formação de profissionais, que faz a diferença. Além disso, ano a ano os equipamentos vêm melhorando e expondo o trabalhador a menos riscos. Na realidade, o ideal seria que os equipamentos fossem tão bons que o trabalhador não necessitasse de EPIs. Por exemplo, uma retroescavadeira que faz muito barulho, hoje já vem com cabine para o operador não precisar usar o protetor auricular; porém, quem fica próximo da máquina precisa usar o EPI", observa.


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