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Construção civil supera crise e projeta crescimento

Nelson Bortolin - Folha de Londrina
07 ago 2009 às 10:22
Em Londrina são liberados para a construção, em média, 113 mil metros quadrados por mês - Reprodução
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A palavra crise foi definitivamente retirada do dicionário da construção civil no Paraná. Depois do recorde histórico do ano passado, quando houve crescimento de 53% no total de obras aprovadas pela Prefeitura de Londrina na comparação com 2007, os números apontam para um novo resultado positivo neste ano. Levantamento feito pela Secretaria Municipal de Obras mostra que foram aprovados 734.564 metros quadrados até 17 de julho. São imóveis residenciais, comerciais, industriais e prédios públicos. Na média, foram liberados 113 mil metros quadrados por mês. Mantido este ritmo, o ano vai terminar com 1.356 milhão de metros quadrados, resultado 5% superior ao 1.295 milhão de 2008. Em Curitiba, o mercado deve fechar o ano com resultado semelhante ao registrado no ano passado, mas as projeções para 2010 são positivas.

O mercado da construção civil vinha apresentando bons resultados no período pré-crise devido à boa performance da economia brasileira e também em virtude da mudança de comportamento de parte dos investidores, que, em busca de mais rentabilidade, trocaram papéis por imóveis. Depois das turbulências de outubro de 2008, medidas tomadas pelo governo, como redução de IPI e facilidades na oferta do crédito, evitam a retração no setor e levam as construtoras a sonhar com um 2010 ainda melhor.

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Entusiasmado, o proprietário da Quadra, Luiz Carlos Moro Pires, comemora um incremento da ordem de 20% nos negócios. ‘Nunca acreditei muito nesta crise, mas em janeiro e fevereiro tomei um susto. Foram dois meses muito fracos. No entanto, em março, houve uma retomada e já conseguimos superar as expectativas. Estamos cumprindo nossas metas e percebemos que o mercado está bastante receptivo’.

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Na Artenge, os efeitos da crise, que resultaram numa retração de até 40% nos negócios de setembro a março, também já ficaram para trás. ‘Para quem vende imóvel na planta, a crise assustou. As pessoas ficaram com medo de comprar porque não conheciam a extensão do problema. Mas isso já foi superado’, diz o diretor-executivo José Carlos Salgueiro. Ele espera a aprovação de três projetos inscritos no Programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal. São 600 apartamentos de R$ 45 mil que a empresa pretende construir em Londrina, Cambé e Arapongas. ‘Se aprovados, 2009 será melhor que 2008. Na verdade, o mercado reage muito rápido. Como em setembro, quando aconteceu um corte abrupto, pode haver um movimento inverso agora’.

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A redução de juros e o aumento para R$ 500 mil do teto para financiamento com recursos do FGTS são as razões do bom momento vivido pela construção civil, na opinião do presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon), Osmar Ceolin Alves. ‘Além disso, as taxas de rentabilidade das ações e fundos caíram, o que fez o investidor migrar para os imóveis que, são mais seguros’, afirma.


Lembrando haver um déficit de 7,5 milhões de moradias no País, Alves também mantém expectativas em relação ao programa Minha Casa, Minha Vida. Segundo ele, pesquisa realizada pelo Sinduscon mostra que todos os associados acreditam em crescimento nos negócios no próximo ano. ‘Vai melhorar mais: 2010 será ainda melhor’.

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Céu azul


‘Só vejo céu azul. Não tem tempo ruim para a construção civil’, diz o vice-presidente do Sinducom-PR, Normando Baú. Ele afirma que, em Curitiba e região metropolitana, será muito difícil o resultado de 2009 ser melhor que do ano passado. ‘Deve ficar igual, o que já é uma enorme vitória’.


Segundo Baú, as empresas ‘tiraram o pé do acelerador’ no fim do ano passado e no primeiro trimestre deste ano, mas o processo de reaquecimento do mercado foi bastante veloz. ‘Os empresários de Curitiba estão muito otimistas. Não há nada que cause apreensão neste momento’.

Também na capital, o programa Minha Casa, Minha Vida sinaliza para um desempenho ainda melhor do setor nos próximos meses. ‘Agora no segundo semestre é que serão colhidos os primeiros frutos do programa’, acredita o vice-presidente do Sinduscon.


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