Com uma textura bem evidente, a madeira de demolição está se tornando uma grande tendência entre designers de interiores e arquitetos. A matéria-prima traz contraste com suas cores e superfícies regulares, sendo responsável por dar um toque rústico e requintado ao ambiente. Além da responsabilidade ecológica em reaproveitar um material que até então seria descartado, o uso das madeiras de demolição traz o benefício de se ter uma peça exclusiva em casa, já que as alterações causadas pelo tempo, marcas de pregos e riscos, proporcionam características únicas a essa matéria-prima.
Essas madeiras também são caracterizadas por sua alta densidade. As classificadas como nobres, são muito resistentes a fungos e cupins, o que lhes proporciona longa durabilidade, especialmente quando não expostas a intempéries ou a drásticas condições de uso. Esse material, em média, possui mais de 40 anos e quando utilizadas em decoração podem ultrapassar esse tempo.
Entre os tipos de madeiras centenárias mais encontradas nas demolições estão o cedro, o ipê, o jacarandá, a peroba do campo, a peroba rosa, a canela preta e o pinho de riga. Na maioria das vezes são provenientes de antigas janelas, assoalhos, portas, e da estrutura geral da casa que está sendo demolida, como paredes e telhados.
As possibilidades de utilização desse material na decoração de ambientes é bem ampla. As arquitetas Fernanda Fernandes e Roberta Maiorana, por exemplo, utilizaram a madeira reaproveitada de um píer de Belém do Pará para revestir as paredes do "Lounge do Músico", presente na edição de 2011 da Casa Cor, em São Paulo.
Como resultado, elas obtiveram um ambiente aconchegante, o que harmoniza perfeitamente com a proposta do espaço, que presta uma homenagem à cantora paraense Fafá de Belém e possui diversas referências ao Brasil em sua composição.