Aumento da conta de luz e risco de apagões exigem olhar mais atento às instalações do prédio
Além do impacto da energia no bolso com o anúncio de uma nova bandeira tarifária aplicada nas contas de luz, existe a possibilidade de a oferta de energia chegar a níveis insuficientes para atender a demanda entre outubro e novembro, com risco de apagões pelo país.
Assim, vale pensar sobre como o lugar onde vivemos tem tratado suas instalações elétricas.
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André Heleno Batista é engenheiro eletricista e defende que as revisões profissionais no condomínio não devem ser feitas apenas em situações extremas. Há vários indicadores que apontam para essa necessidade: idade da instalação, intervalo desde a última revisão, falhas em dispositivos de proteção, aquecimento na fiação, cita.
Outras mudanças no condomínio podem indicar a necessidade de reforma nas instalações elétricas, como a expansão do número de moradores ou a mudança nos padrões de consumo. Os avanços nas tecnologias disponíveis para gerar energia também são incentivo: os painéis fotovoltaicos, hoje mais comuns em residências, podem aliviar o peso da conta de luz.
Daniel Machado Duarte, engenheiro e fundador da consultoria D&M Perícia Elétrica, relata ter lidado com condomínios recém-construídos cujas instalações ofereciam riscos à segurança dos moradores.
Ele explica que laudos de vistoria elétrica pagos pelo condomínio não verificam as unidades dos moradores, apenas as áreas de uso coletivo, mas o condômino pode contratar uma vistoria individual para garantir que está utilizando uma energia segura e eficiente também em sua casa.
E para aqueles que se preocupam de ter que gastar demais com as revisões e reparos, especialistas explicam que a economia gerada após esses cuidados é direta e de longa duração em especial, identificar as fugas de corrente (quando a energia foge dos limites do circuito elétrico, como um vazamento) e eliminá-las pode reduzir o valor das contas.
Para além do dinheiro, é importante considerar a segurança. Segundo a Abracopel (Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade), mais de 1.500 acidentes de origem elétrica aconteceram no país só em 2020, sendo 51% deles fatais. O custo de choques, incêndios e outros acidentes pode ser ainda maior que o das bandeiras tarifárias.
Se a reforma for no interior de um apartamento, o síndico não tem obrigação legal de avisar aos outros condôminos, explica a advogada Ingrid Gomes, assessora jurídica do Secovi-SP. "A obrigação do síndico será verificar se a obra não ultrapassou os horários estabelecidos no Regulamento Interno. Se a obra for na fachada do prédio, o síndico deve avisar aos condôminos para que possam tomar as medidas necessárias. A recomendação é o condômino conversar com o vizinho, pedindo uma pausa nos horários em que ele estiver em palestras ou gravações online."